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A primeira vez da actriz Eduarda Oliveira do Teatro Cegada de Alverca
Eduarda Oliveira do Teatro Cegada de Alverca

A primeira vez da actriz Eduarda Oliveira do Teatro Cegada de Alverca

Há 23 anos em Portugal nunca tinha entrado numa praça de toiros

Eduarda Oliveira, actriz da companhia de teatro Cegada, de Alverca, senta-se nas cadeiras do Campo Pequeno expectante. É a primeira vez, aos 41 anos, que assiste a uma corrida de toiros. Sorriso contagiante e olhos que parecem radares a captarem tudo o que se passa à volta, a actiz acomoda-se elegante na cadeira vermelha rodeada de outros aficionados que esperam pelas cortesias, que dão início à segunda grande corrida de O MIRANTE na principal praça do país.
“Nunca fui a uma corrida porque nunca me levaram”, explica, virando o olhar para a porta dos curros, de onde sai um imponente toiro por entre um estrondo dos cornos a baterem nas portas. A terra da arena salta na corrida do animal. O cavaleiro galopa à frente em várias voltas ao redondel, até se preparar para cravar a primeira bandarilha. Eduarda absorve tudo. Ainda é cedo para saber se gosta do tipo de espectáculo, que até agora nunca lhe tida despertado a curiosidade. Mas o sorriso indica que está a divertir-se.
Eduarda não está nervosa nem antes de a corrida começar nem depois de ver a primeira pega. Nervos, se os tiver de ter, é quando tem de entrar em palco e fazer tudo certinho. Natural de Luanda, Angola, há 23 anos em Portugal, já tinha visto corridas de toiros na televisão, mas confessa que ao vivo é diferente, pelo ambiente, pela emoção. As emoções que mais sentiu foi quando viu os forcados a fazerem as pegas.
O que mais a impressionou foi o silêncio que se faz cada vez que os forcados se alinham em frente ao toiro e o forcado da cara vai dando passos curtos e certos até à distância certa para provocar a arrancada do toiro. Não há vozes na praça. Só se ouve o forcado: “é toiro, é toiro”. “É impressionante o silêncio” que se faz numa praça cheia, comenta em segredo, muito baixinho, para não perturbar o ambiente e ouvir algum “chiu”.
No final, Eduarda não elegia qualquer momento em particular como o melhor. “Gostei de tudo no global, a corrida é todo um colectivo que impressiona”, comenta, realçando que gostou da sua primeira experiência numa praça de toiros. A actiz arrisca, em jeito de balanço, a dizer que uma corrida tem uma arte, uma movimentação e rituais que são quase como um teatro, com actores que enfrentam perigos que não existem no palco.

A primeira vez da actriz Eduarda Oliveira do Teatro Cegada de Alverca

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