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Candidatura da tauromaquia a património imaterial não é vantajosa e sai cara

A Câmara de Azambuja decidiu candidatar a tauromaquia a património imaterial de Portugal. Não é a primeira vez que a Azambuja procura, através deste tipo de anúncio, valorizar aquela actividade. Em 2012 anunciou ir declarar a tauromaquia, e todas as actividades com ela relacionadas, como Património Cultural Imaterial de Interesse Municipal. Não sei o que entretanto se passou mas não encontro nenhuma informação oficial sobre a concretização dessa intenção.
Também em 2012 a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira anunciou que iria candidatar os festejos taurinos a património imaterial e cultural de Portugal. Tal candidatura seria, segundo os promotores, um primeiro passo para que fosse apresentada a candidatura a património imaterial da humanidade, junto da UNESCO. A iniciativa morreu na praia, como se costuma dizer.
Também a Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo (CIMAA), que representa os 15 concelhos do distrito de Portalegre, declarou, no mesmo ano, a tauromaquia como Património Cultural Imaterial da região.
Não creio que a tauromaquia venha a ser classificada património imaterial e cultural de Portugal e muito menos acredito que a UNESCO aceite aprovar uma candidatura nesse sentido. Uma coisa é aceitar/tolerar que a tauromaquia exista como manifestação da identidade cultural de uma região. Uma bem diferente é atribuir-lhe uma classificação de Património Cultural Imaterial de Portugal ou da Humanidade. A tauromaquia desgasta-se e esbanja dinheiro público com candidaturas a património imaterial.
Não sendo adepto da tauromaquia mas defendendo que ela não deve ser alvo de qualquer tentativa de proibição, penso que estes anúncios de câmaras municipais que apoiam a tauromaquia, se limitam apenas a publicitar aquele tipo de espectáculos, embora tenham como efeito colateral reacender o debate sobre o assunto e espevitar o lume das posições antagónicas existentes. Pessoalmente preferia que em vez destas touradas opinativas a tauromaquia se limitasse a fazer o que faz.
Gonçalo Jorge Madureira Terra

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