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Instalações do Instituto do Vinho em Aveiras de Cima continuam ao abandono
O Presidente da Junta de Aveiras de Cima, António Torrão, alerta para o perigo das visitas às instalações do IVV por causa dos buracos

Instalações do Instituto do Vinho em Aveiras de Cima continuam ao abandono

Câmara de Azambuja questiona IVV sobre futuro desse património. Imóveis estão devolutos desde 1986 e têm sido tela para grafites e outros actos de vandalismo. Há lixo espalhado, buracos perigosos, animais mortos e outros sinais de desleixo e abandono.

São vários os grafites que cobrem as paredes das há muito instalações inactivas do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), junto à EN366, em Aveiras de Cima, no concelho de Azambuja. Nas paredes já existiam algumas pinturas e recentemente um grupo de grafiters decidiu retomar a prática e ilustrar as paredes com desenho a tinta com recurso a spray. Os novos desenhos, alguns em 3D, foram partilhados através de fotografias nas redes sociais e têm levado muitos curiosos a visitar as instalações. Situação que implica algum risco, por causa das “valas a céu aberto” que se encontram no solo, admitiu António Torrão, presidente da Junta de Freguesia de Aveiras de Cima, a O MIRANTE.
O imóvel, onde há 23 anos se armazenava vinho, continua plenamente acessível, apesar das queixas de insegurança e insalubridade. Para além das valas a descoberto com alguma profundidade, a reportagem de O MIRANTE, que esteve no interior das instalações, confirma outros perigos e sinais de abandono e vandalismo, como vidros partidos, animais mortos (corvos), lixo e ferro velho.
O MIRANTE contactou o IVV que diz desconhecer o estado em que se encontra o edifício e a visita de pessoas ao local. Segundo o IVV, “tem sido feito um esforço de alienação, no sentido de encontrar interessados em dar uso dignificante às instalações” e tem encaminhado “processos de alienação para a Direcção Geral do Tesouro e Finanças”. É a esta entidade que compete “a gestão do património imobiliário do Estado e dos institutos públicos” e a fixação dos valores de alienação desses imóveis.
A Câmara de Azambuja reuniu recentemente com o IVV “para perceber que planos o instituto tem para o local” e “aguarda resposta”, adianta a vereadora Sílvia Vítor (PS) a O MIRANTE. A autarquia tem conhecimento do estado de abandono do local e das recentes visitas de populares que querem ver “as imagens que constituem verdadeiras obras de arte”, diz a vereadora. O presidente da câmara, Luís de Sousa (PS), também visitou recentemente as instalações e critica a insalubridade do edifício e espaço envolvente.
Em 2008, O MIRANTE já havia noticiado a situação de abandono e perigo destas instalações. Na altura, o município notificou o IVV mas, até hoje, nem o instituto nem a autarquia vedaram o local.

IVV com muito património ao abandono na região

A partir de 1986, ano em que a Junta Nacional do Vinho passa a chamar-se IVV, também ficaram inactivas e ao abandono, entre outras, as instalações em Almeirim, Alpiarça, Santarém e Cartaxo. As instalações de Benfica do Ribatejo, concelho de Almeirim, foram vendidas há três anos a uma empresa privada e as de Almeirim compradas pela câmara municipal. Em Santarém e Cartaxo foram compradas por uma sociedade de participações imobiliárias vocacionada para a alienação de património do Estado.

Instalações do Instituto do Vinho em Aveiras de Cima continuam ao abandono

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