uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
Autor do Coração de Fátima desanca no actual presidente de Ourém
Escultor Fernando Crespo crítica postura da Câmara de Ourém em toda esta situação foto DR

Autor do Coração de Fátima desanca no actual presidente de Ourém

Fernando Crespo diz que Câmara de Ourém lhe fez uma proposta ofensiva sobre a peça e que Luís Albuquerque era uma coisa na oposição e que agora está a revelar-se outra na presidência.

O autor da escultura do Coração de Fátima, inaugurada aquando da visita do Papa Francisco em Maio de 2017 considera uma ofensa que a Câmara de Ourém proponha adquirir os direitos da obra por 60 mil euros. Fernando Crespo, em declarações a O MIRANTE, diz que o anterior presidente, o socialista Paulo Fonseca, não se portou bem, ao arranjar uma empresa que nunca financiou a peça, mas que o actual, o social-democrata Luís Albuquerque, que enquanto oposição até questionou a seriedade da empresa, não se está a portar melhor. O artista diz mesmo que entre os dois não há grande diferença e que Albuquerque “deve ser dos que acham que os artistas trabalham por um prato de sopa”.
O presidente do município, Luís Albuquerque (PSD/CDS), explicou a O MIRANTE
que fizeram esta proposta ao autor da obra, depois de terem pedido um parecer jurídico sobre o caso. “Estamos a aguardar a resposta do escultor à nossa proposta”, referiu, confirmando que o escultor ainda não recebeu um cêntimo pela obra que criou. O autor diz que não reconhece nem competências artísticas, nem de idade, nem outras à advogada que fez o parecer indicando a verba de 60 mil euros, acusando o autarca de se estar a aproveitar de uma situação falada na altura das eleições.
Fernando Crespo esclarece que antes da mudança de poder que Paulo Fonseca propôs-lhe adiantar por conta de alguns materiais que o escultor teve de pagar a verba de 60 mil euros, com o compromisso de falar com o sucessor para arranjar uma solução. “A chico-espertice incomoda-me”, refere o escultor, sublinhando que teve sempre um diálogo com Luís Albuquerque quando este estava na oposição, mas que agora que é presidente está a surpreendê-lo pela negativa. “Dou visibilidade ao município e a Fátima, porque a escultura é falada em todo o mundo, e só quem é burro é que não sabe o que se está a passar”, realça o artista.
O escultor recorda que em 2012 uma peça com dimensões idênticas, um monumento ao empreendedor, em Famalicão, ficou em 400 mil euros mais IVA. O maior coração do mundo em Fátima tem um valor estimado de meio milhão de euros. Só o transporte da peça custou vinte mil euros e a sua instalação no local rondou os 25 mil euros. A Câmara de Ourém fez alarde da importância da peça mas depois de inaugurada, em Maio de 2017, Paulo Fonseca desvinculou-se da situação mandando o escultor falar com uma empresa que iria financiar a obra, que entretanto passou o assunto para outra entidade, e até agora nem acordo nem dinheiro.
O escultor esclareceu, na altura, que Paulo Fonseca lhe deu luz verde para avançar com a construção da peça escultórica, o que teve de fazer em praticamente metade do tempo que em circunstâncias normais demoraria, para estar pronta aquando da visita do Papa Francisco a Fátima. A ideia era a empresa pagar a peça e ficar com os direitos de autor.
Esta situação está a criar complicações a Fernando Crespo, que ficou com despesas para liquidar com a empresa metalomecânica com quem costuma trabalhar e onde foi feita a peça. A escultura tem cerca de 12 metros de altura e 12 de largura e é uma homenagem ao Papa Francisco, como forma de assinalar a sua visita a Fátima e marcar o centenário das aparições.

Autor do Coração de Fátima desanca no actual presidente de Ourém

Mais Notícias

    A carregar...