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Jovens que caíram de telhado de armazém em Tomar só queriam divertir-se
Conceição Atalaia tem esperança que o filho recupere e possa voltar aos estudos ainda este ano lectivo

Jovens que caíram de telhado de armazém em Tomar só queriam divertir-se

João e Gregory foram colegas de escola desde o 3º até ao 6º ano. Recentemente envolveram-se numa aventura que deu para o torto. A mãe de um deles deu a cara para esclarecer que os miúdos são gente de bem.

Quem nos conta o desenrolar dos factos é Conceição Atalaia, mãe de João, o jovem de 16 anos que está internado nos cuidados intensivos nos Hospitais da Universidade de Coimbra. O MIRANTE encontrou Conceição à mesa do café em Marmeleiro, onde vai de manhã e à tarde para espairecer. Foi no café que tentou reunir todas as pessoas, amigos e familiares para lhes contar, de uma vez só, a situação do João, que caiu de uma altura de dez metros juntamente com um colega, Gregory Ferreira, de 17 anos, que já teve alta hospitalar e está a recuperar dos ferimentos em casa.
Conceição, professora do primeiro ciclo em Curvaceiras, diz que os dois jovens foram passear de bicicleta e, ao chegarem à zona industrial de Tomar, resolveram divertir-se um pouco e por em prática algumas manobras de parkour (actividade física radical que implica transpor obstáculos apenas com as capacidades do corpo) que João tinha aprendido na Academia Spot Real em Lisboa, numas férias passadas na capital, em casa da irmã mais velha. “Vimos uma escada e resolvemos subir, foi só isso, não queríamos roubar nada, só divertirmo-nos um pouco”, diz-nos Gregory, ao telefone.
Na vida de João tudo estava planeado, tinha o exame de código marcado, o modelo de mota escolhido e encomendado, os estudos também deviam prosseguir na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. Mas às 20h00 de 12 de Agosto tudo mudou. Os jovens acabaram por cair dos armazéns de pneus José Lourenço, quando uma chapa da cobertura cedeu. João sofreu uma fractura craniana, uma fractura exposta no braço esquerdo e lesões em várias vértebras. Gregory viu a queda amortecida por uma pilha de pneus e apenas partiu o pulso e alguns dentes. Quando Gregory conseguiu levantar-se, o seu movimento accionou o alarme e tanto o proprietário como a GNR deslocaram-se ao local. Após a queda, Gregory estava confuso e não conseguiu explicar o sucedido.

Empresário desiste de queixa
Segundo Elias Pereira, proprietário do armazém, o INEM chegou em poucos minutos e ambos os jovens foram socorridos. João, por inspirar maiores cuidados, seguiu para os Hospitais da Universidade de Coimbra e Gregory, politraumatizado, seguiu para o Hospital de Abrantes. No dia seguinte discutia-se se a intenção dos jovens teria sido efectuarem um roubo, mas a hipótese foi descartada pela GNR, assim como pelo próprio proprietário do armazém, que chegou a ponderar apresentar queixa-crime, mas que agora refere que apenas participará a ocorrência, por questões de seguro. Elias ficou sensibilizado com a visita dos pais dos rapazes e acredita que tudo não passou de uma brincadeira de adolescentes.

Jovens que caíram de telhado de armazém em Tomar só queriam divertir-se

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