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Renato nasceu em casa com a ajuda de dois bombeiros

Renato nasceu em casa com a ajuda de dois bombeiros

Bombeiros foram os parteiros de serviço de uma grávida residente na Póvoa de Santa Iria

Estava a ser uma manhã calma até que o telefone da central dos Bombeiros da Póvoa de Santa Iria tocou, às 11h25 da manhã de domingo, 26 de Agosto. “Já sabíamos o que nos esperava”, conta Nuno Lopes, um dos bombeiros que auxiliou Vânia Sacramento a dar à luz. Renato Gabriel, o bebé, nasceu às 11h40, com 39 semanas, 2,6 quilos e 47 centímetros.
Em menos de três minutos, Nuno Lopes e João Soares chegaram a casa da gestante e foi Jorge Sacramento, o pai do bebé, quem lhes abriu a porta e os encaminhou até ao quarto. Tinham de decidir em segundos se tentavam o transporte ou realizavam o parto sem a ajuda de um médico. “Não houve dúvida, sabíamos que tínhamos de o fazer ali”, diz a O MIRANTE João Soares, o bombeiro que amparou a chegada de Renato Gabriel e cortou o cordão umbilical. “O bebé chorou logo”, foi limpo, passou dos braços de um bombeiro para outro e embrulhado numa compressa foi delicadamente pousado no colo da sua mãe. “Foi aí que o choro do bebé parou”, lembra Nuno Lopes.
Sozinhos, apenas com o CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes) ao telefone, os dois homens foram audazes e confiantes em todos os seus movimentos. Do outro lado da linha perguntavam se já tinha nascido e diziam que um médico e um enfermeiro já iam a caminho. “Não podíamos esperar, o Renato não queria esperar”, refere João Soares, que em segundos abriu o kit de partos, calçou as luvas, pôs a máscara e vestiu a bata.
“Mais habituados a lidar com a morte do com a vida”, os bombeiros admitem que há serviços que os “marcam para sempre”. Neste caso, foi um momento feliz mas de “enorme responsabilidade”, já que se tratava de um parto fora de ambiente hospitalar e sem a presença de um médico. Valeu-lhes a experiência de já terem realizado outros partos em ambulância ou em casa. Nuno Lopes, 41 anos, realizou quatro partos, e o seu colega, de 35 anos, soma cinco. Até agora todos correram bem mas garantem que “não há um parto igual”. Ambos são pais mas nem um nem outro assistiram ao nascimento dos seus filhos.
Vânia Sacramento diz a O MIRANTE que este parto lhe vai “ficar para sempre na memória de uma forma ainda mais especial”. Vânia e Jorge, ela de Marinhais e ele da Póvoa de Santa Iria, têm mais dois filhos, o Rodrigo de cinco anos e a Erica de dois, que estavam em casa no dia da chegada do irmão mais novo. Jorge foi alternando as atenções entre Vânia e os dois filhos e, segundo os bombeiros, “portou-se à altura”.

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