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Primeira acção cível do surto de legionella começou a ser julgada em Vila Franca de Xira

Inspectora da Judiciária confirmou falhas na limpeza e manutenção das torres de refrigeração. Além da inspectora chefe que liderou a investigação, foram também ouvidas outras testemunhas do Instituto Ricardo Jorge. Leonel Ferreira reclama 200 mil euros por danos morais e patrimoniais.

Arrancou na manhã de segunda-feira, 10 de Setembro, o julgamento no Tribunal de Vila Franca de Xira da primeira acção cível de indemnização de uma das vítimas do surto de legionella, que afectou o concelho em Novembro de 2014 e que infectou 403 pessoas e matou 12 pessoas.
Leonel Ferreira, 67 anos, do Forte da Casa, reclama uma indemnização de 200 mil euros por danos morais e patrimoniais sofridos na sequência de ter sido infectado pela bactéria da legionella, da qual responsabiliza os arguidos do processo crime movido pelo Ministério Público – a Adubos de Portugal (ADP), General Electric e sete técnicos e administradores das duas entidades.
Na primeira sessão foram ouvidas várias testemunhas, incluindo a inspectora chefe da Polícia Judiciária que liderou as investigações e que, segundo Varela de Matos, advogado da vítima, reafirmou a convicção de que a bactéria recolhida nas amostras de quem contraiu a doença é a mesma que foi encontrada nas torres de refrigeração da ADP. Acrescentou que a manutenção das torres não terá sido feita adequadamente e que alguns funcionários terão mesmo confessado à PJ um conjunto de falhas na limpeza das torres. Na sessão foram também ouvidas técnicas do Instituto Ricardo Jorge, que manifestaram a mesma convicção.
A próxima sessão do julgamento ficou marcada para 24 de Setembro pelas 09h30. Estima-se que cerca de três dezenas de vítimas terão instaurado autonomamente acções cíveis semelhantes no âmbito deste surto, incluindo a Câmara de Vila Franca de Xira, que reclama uma indemnização de 727 mil euros por danos patrimoniais relacionados com os gastos que teve durante o surto e os prejuízos à sua imagem e bom nome.
Recorde-se que apenas em 152 dos 403 casos de infecção foram feitas as recolhas de amostras que poderiam permitir determinar a estirpe da bactéria contaminante. E nos restantes 251 casos não há dados clínicos para relacionar a contaminação com alguma das estirpes detectadas nas empresas acusadas. Leonel Ferreira é uma das vítimas em que o nexo de causalidade foi estabelecido.

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