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Três presidentes de câmara andam em carros a cair aos bocados
Miguel Borges utiliza um Volkswagen Bora de 1998 para deslocações ao serviço da Câmara do Sardoal

Três presidentes de câmara andam em carros a cair aos bocados

Autarcas de Sardoal, Cartaxo e Alpiarça não consideram prioridade andarem bem montados. Miguel Borges, Pedro Magalhães Ribeiro e Mário Pereira andam em chaços que têm de aguentar até o motor cair para o chão, porque ter um carro bom para a presidência não é uma prioridade quando há muitos problemas para resolver. Dois deles já nem sequer podem andar no centro de Lisboa, por terem vinte anos de circulação.

Há três presidentes de câmara do distrito de Santarém que andam em autênticos chaços, a destoar de outros autarcas que se deslocam montados em grandes máquinas compradas pelo município, como é o caso da presidente de Abrantes, Maria do Céu Albuquerque, que tem um Mercedes novo. Dos três, há dois autarcas que nem sequer podem circular em algumas zonas de Lisboa nesses veículos, como Miguel Borges, do Sardoal, e Pedro Magalhães Ribeiro, do Cartaxo, de tão antigos que são as viaturas ao serviço da presidência.
Miguel Borges anda num Volkswagen Bora de 1998, que nunca o deixou ficar mal. Mas das vezes que teve que ir a reuniões em alguns ministérios no Terreiro do Paço o presidente do Sardoal arriscou infracções, porque conduziu em zonas onde não é permitida a circulação de carros com matrícula anterior a 2000, como por exemplo junto ao Ministério das Finanças. O mesmo já se passou também com o autarca do Cartaxo, Pedro Magalhães Ribeiro. A consciência do presidente do Sardoal é aliviada pelo facto de “olharmos para as matrículas do parque automóvel afecto ao ministério e encontrarmos muitas viaturas anteriores a 2000”.
O autarca do Cartaxo já teve o azar de ser mandado parar por circular com um carro velho no centro de Lisboa. Pedro Magalhães Ribeiro, ao volante do BMW 346 L de 1999, propriedade do município, tem-se safado devido ao seu poder de argumentação, ou não fosse político. E confessa que os polícias têm sido sensíveis ao argumento da “falta de meios da autarquia”, conforme contou a O MIRANTE.
O pódio dos três piores fica completo com o BMW 520 de 2000 de Mário Pereira, presidente da Câmara de Alpiarça, que ainda não tem problemas em circular nas ruas da capital, mas, por já ser “maior de idade”, como diz, acaba por necessitar de mais atenção e manutenção, embora nunca tenha deixado o presidente apeado. Ao contrário da viatura da mesma marca da autarquia do Cartaxo, que já deixou Pedro Magalhães Ribeiro a pé algumas vezes. E se não quer ficar apeado mais vezes por avaria o autarca já sabe que é melhor não passar dos 100 quilómetros por hora.
O tablier do BMW de Pedro Ribeiro parece uma árvore de Natal, com tanta luz a piscar, mas “o pessoal das oficinas diz para eu não ligar aos avisos de avaria”, confessa sorridente. O presidente da Câmara do Cartaxo gosta de dizer que conduz um clássico e está empenhado em tirar todo o partido da viatura até o motor cair para o chão. “Só será trocado por outro, talvez num regime de leasing, nunca de aquisição, se colocar em causa a segurança de alguém. Afinal está também disponível para a vereação”, diz Pedro Ribeiro. Também Mário Pereira confessa que não está nos planos da Câmara de Alpiarça a aquisição de uma viatura mais recente, “há outras despesas mais urgentes”.
Segundo nos conta Miguel Borges, o Volkswagen está em perfeitas condições, é um carro fiável, e, enquanto o saldo da relação custo benefício for positivo não vê necessidade de trocar. Só deve ser trocado quando precisar de algum arranjo extraordinário que não justifique o custo. Enquanto isso não acontecer “tudo anda sobre rodas”, diz o presidente da Câmara do Sardoal, lembrando que ainda este ano o velhinho Bora fez cerca de 700 km numa viagem de ida e volta a Caminha, quando o concelho do Sardoal foi convidado para elaborar um tapete florido para as celebrações do Corpo de Deus naquela vila do alto Minho.

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