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Ajudar a comunidade não custa nada e faz bem ao corpo e à mente

Ajudar a comunidade não custa nada e faz bem ao corpo e à mente

Francisco Bordalo é o novo presidente da ARPIV de Vialonga

Nasceu na Vidigueira e “aterrou” na Granja, em Vialonga, na adolescência depois de ter ido a Lisboa ver um Sporting-Benfica. Francisco Bordalo confessa-se um vialonguense que adora a terra que o acolheu e onde se sente acarinhado. Na sua vida profissional já fez de tudo um pouco. Gosta de ajudar a comunidade quando pode e é o novo presidente da Associação de Reformados, Pensionistas e Idosos de Vialonga – ARPIV.

Em vez de se criticar tudo o que está mal ou pode ser melhorado porque não meter mãos à obra e ajudar a fazer a diferença na comunidade? A questão é levantada por Francisco Bordalo, presidente da ARPIV - Associação de Reformados, Pensionistas e Idosos de Vialonga. Uma pessoa que gosta de ajudar quando pode e tenta sempre motivar os que o rodeiam para fazer o mesmo.
“Costumo dizer que não sei fazer nada mas procuro fazer de tudo. Nunca tive medo de pegar seja em que área for e ajudar. Se há coisa que me dá prazer é meter as mãos à obra. Uma das primeiras coisas que fiz quando me reformei, meio a brincar, foi pintar a antiga adega do Brioso no centro de Vialonga [uma habitação que estava em ruína e que ganhou uma nova fachada]. Se não tenho nada que fazer, vou ajudar a melhorar a minha terra”, confessa.
Uma das suas últimas intervenções foi pintar de fresco os nomes das ruas nas pedras que estão espalhadas pelas ruas da freguesia e que estavam muito gastas. “O trabalho faz-me passar o tempo. É um exercício de cidadania, ninguém me pede para fazer isso. Se virmos que podemos ser úteis em alguma coisa para a comunidade, qual é o problema de ajudar em vez de ficar só a reclamar? Às vezes há coisas simples que uma pessoa enquanto cidadão pode fazer e ajudar. Mas também não podemos criticar quem não faz. São duas visões respeitáveis”, refere.
Para Francisco Bordal o um trabalhador deve ter brio profissional e gosto naquilo que faz. “Se houver uma boa relação entre empregado e patrão, e uma boa compensação salarial, a pessoa trabalha com gosto e rende mais”, explica.
O presidente da ARPIV nasceu há 74 anos na Vidigueira. Aos 11 anos começou a trabalhar quando acabou a escola primária. As suas primeiras tarefas foram na agricultura. “Na minha terra havia umas quatro colectividades, as dos pobres e as dos ricos. Quem tivesse uma boa profissão podia ir ao círculo operário. Se fosse trabalhador rural tinha de ir para as sociedades dos trabalhadores rurais. Felizmente isso acabou tudo”, recorda.

Um Sporting-Benfica mudou-lhe a vida
Depois de vir a Lisboa ver um Sporting-Benfica acabou por ficar na casa de familiares na Granja e nunca mais voltou ao Alentejo. Foi estucador, pedreiro, foi recrutado para o serviço militar e quando saiu entrou na antiga fábrica da Covina, na Póvoa de Santa Iria. Depois, o ciclo de empregos continuou, sempre à procura de uma vida melhor: distribuiu gás na Póvoa e Vialonga, foi taxista durante dois anos nessas freguesias e como transportava muitos funcionários da fábrica da Central de Cervejas acabou por entrar nessa fábrica também. Concorreu para o departamento de vendas da cerveja em Lisboa e por lá ficou. Por fim, acabou a trabalhar por conta própria dentro do mesmo negócio da distribuição de cerveja, até se reformar.
“Na ARPIV era presidente da assembleia-geral e agora é que abracei o desafio de ser presidente da direcção, há sete meses. A associação estava bem entregue ao Rufino Madruga, que fez três mandatos e tem sido uma pessoa espectacular. Eu olhava para a instituição e sentia um vazio que não podia deixar que fosse criado, o trabalho do anterior presidente precisava de ser continuado”, conta.
Actualmente a ARPIV está de boa saúde e a lutar para dar todos os dias melhores condições aos sócios que a procuram. O sonho é vir a poder adaptar o edifício para melhorar ainda mais a qualidade da resposta que é oferecida aos idosos.

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