Furto de armas em Tancos leva à detenção de militares
Director da PJ militar e três operacionais da GNR entre os oito visados
O director-geral da Polícia Judiciária Militar (PJM), Luís Vieira, foi detido na terça-feira, 25 de Setembro, estando entre os oito visados por mandados de detenção emitidos na Operação Húbris, relacionada com o caso das armas furtadas em Tancos, situação revelada em Junho de 2017.
Os mandados de detenção visam quatro responsáveis da PJM, um civil (ex-militar que terá sido o autor do furto) e três elementos da GNR de Loulé. Segundo a mesma fonte, a investigação prende-se com a encenação montada relativamente à descoberta e recuperação das armas que haviam sido furtadas em Tancos.
Em comunicado, a Procuradoria-Geral da República avançou que a PJ realizou também buscas em vários locais nas zonas da Grande Lisboa, Algarve, Porto e Santarém. Segundo a PGR, no inquérito que deu origem às detenções, “investigam-se as circunstâncias em que ocorreu o aparecimento, em 18 de Outubro de 2017, na região da Chamusca, de material de guerra furtado em Tancos”.
Em causa, adianta o comunicado, estão “factos susceptíveis de integrarem crimes de associação criminosa, denegação de justiça, prevaricação, falsificação de documentos, tráfico de influência, favorecimento pessoal praticado por funcionário, abuso de poder, receptação, detenção de arma proibida e tráfico de armas”.
Entre o material furtado estavam granadas, incluindo antitanque, explosivos de plástico e uma grande quantidade de munições. Contudo, entre o material encontrado, num campo aberto na Chamusca, havia uma caixa com cem explosivos pequenos, de 200 gramas, que não constava da relação inicial do material que tinha sido furtado, o que foi desvalorizado pelo Exército e atribuído a falhas no inventário.