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Começou como empregado e hoje é um patrão que não consegue estar parado
As iniciativas permitem também a partilha de experiências entre técnicos do Centro de Repouso e Lazer Fonte Serrã

Começou como empregado e hoje é um patrão que não consegue estar parado

César Costa entrou no mundo do trabalho aos 14 anos no restaurante que gere actualmente. A restauração é a sua vocação e não prescinde de ser o próprio a organizar toda a logística do espaço. O Restaurante Chico do Porto fica em Samora Correia e serve à mesa a genuinidade da gastronomia ribatejana.

Samorense de gema, César Costa, de 42 anos, é patrão mas não consegue ficar parado a ver o cliente entrar e sair do seu restaurante, o Chico do Porto, em Samora Correia, concelho de Benavente. Na sua profissão valoriza o contacto com o cliente, higiene do espaço e a frescura dos alimentos.
Esse foi o seu primeiro e único emprego. Começou por ser ajudante de copa no Chico do Porto, aos 14 anos, e pelo meio teve apenas uma curta experiência, num outro estabelecimento do mesmo ramo. O gosto pela profissão e pela casa que tudo lhe ensinou foram o motor para se aventurar na gerência do restaurante. Os antigos patrões fizeram-lhe a proposta e César não se acanhou. Já lá vão 10 anos desde que se tornou no anfitrião da casa.
A O MIRANTE conta que já em criança “brincava aos restaurantes” com a sua irmã, sem que tivesse algum contacto real com o meio de trabalho. Tudo partia da imaginação, os cafés servidos saíam a fumegar e os pratos eram cheios de sabor e confeccionados na cozinha de brincar. Na juventude, a profissão deixou de ser brincadeira e passou a conciliá-la com os estudos, até concluir o ensino secundário.
César Costa tem plena confiança no profissionalismo dos seus funcionários, mas não prescinde de ser ele a “fazer as tarefas mais importantes”, de gestão e logística da casa. Todos os dias passa as portas do restaurante às 09h00, para “fazer o balanço do dia anterior”, redige a lista de ingredientes que fazem falta e segue em direcção a Vila Franca de Xira para comprar peixes do rio e hortaliças frescas.
Mas o dia, a bem dizer, começa a ser preparado bem mais cedo, por volta da 01h00 da madrugada, com a deslocação a um mercado abastecedor para comprar o peixe graúdo e só retorna a casa com o relógio a passar as 03h00. “Trabalho entre 16 a 18 horas por dia. É um esforço que vale a pena, para ter à disposição do cliente os melhores ingredientes que consigo no mercado. Não trabalhamos com congelados, por isso é imprescindível fazer compras diariamente”, acrescenta.
A cataplana de garoupa é a estrela da carta, à qual se seguem o ensopado de enguias e as enguias fritas. No mês de Março serve-se sável e lampreia com fartura. Na lista das carnes é o toiro bravo que salta à vista. A iguaria, que é identidade gastronómica da região, foi inscrita há cinco anos na ementa do Chico do Porto e tem-se revelado “um sucesso”. “Fomos pioneiros a manter o toiro bravo como prato em permanência na lista”, reforça. A carne serve-se grelhada com molho de vinagre, ou frita em azeite e alho com uma pedra de sal, para “realçar o sabor genuíno desta carne”. No total, a lista tem 40 pratos à escolha.
E se os pratos fazem jus à cozinha portuguesa e gastronomia ribatejana, o ambiente é acolhedor e familiar. Azulejos azuis e brancos cobrem parte das paredes e há garrafas cuidadosamente dispostas pelos móveis que ocupam os cantos da casa. O balcão corrido com vitrines deixa vislumbrar as sobremesas coloridas e um sorriso do funcionário que está a servir cafés. Uns passos à frente, a cozinha mostra-se ao cliente em espaço aberto. “É uma das mais-valias desta casa, que as pessoas mais apreciam. A partir das mesas conseguem olhar e ver como são preparados os cozinhados”, sublinha.
A profissão já não vai ser outra, garante César Costa. A maior satisfação que leva da actividade que escolheu é a possibilidade de conhecer novas pessoas e fazer com que, à mesa, o Chico do Porto seja também a sua casa.

Começou como empregado e hoje é um patrão que não consegue estar parado

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