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O verdadeiro cromo que quer ser presidente de câmara como o pai
Pedro com os pais Ana e Miguel Borges e a irmã Leonor

O verdadeiro cromo que quer ser presidente de câmara como o pai

A história de Pedro que é irmão da Leonor e filho da Ana e do autarca Miguel. Um frigorífico para cada homem e torneiras a darem sumo nas escolas são algumas das medidas do futuro presidente do Sardoal, que aos onze anos já está em campanha eleitoral.

Pedro Borges é um bem-humorado “futuro” presidente da Câmara do Sardoal inseparável de uma mochila verde, que incomoda muitos e que já lhe vale a alcunha de: “O verdadeiro cromo”, revela a mãe. O ambicioso rapaz de 11 anos acumula na mochila uns bons dois quilos de coisas que acha que vai precisar, como se estivesse sempre preparada para alertas da Protecção Civil. Pedro apresenta-se como o filho do Miguel, quando lhe perguntam quem é o seu pai. Não diz que é filho do presidente da Câmara do Sardoal para não prejudicar a campanha que iniciou na escola com vista a ganhar apoiantes para destronar o pai. Já tem três votos, só por ter prometido colocar na escola torneiras com sumo à borla.
As medidas do rapaz da mochila verde passam também por defender os direitos dos homens, que em seu entender devem ter um frigorífico só para eles. Quando chegar a ocupar a cadeira onde agora se senta o pai, vai entregar um frigorífico a cada homem do concelho porque sabe muito bem o que é abrir a porta do equipamento e ver muito espaço ocupado com coisas que não lhe servem. Homem que gosta de enfrentar desafios tem de ter comida substancial, menos saudável, como pastéis de bacalhau, pelos quais é perdido.
São precisos quase uns dez minutos para se ver tudo o que há dentro da mochila, porque Pedro faz questão de explicar a razão de cada objecto. Das mais compreensíveis estão uma garrafa de água de um litro e meio, porque lhe pode dar a sede; um pacote de duas dezenas de bolachas; um bloco, porque pode precisar de escrever; um livro para quando está a apanhar uma seca à espera do pai. Agora anda a ler o romance histórico “Heróis do Ar”, de Jaime de Oliveira Martins, sobre os pioneiros da aviação militar portuguesa.
Pedro tem sempre coisas para fazer para além de reinspeccionar, arrumar e reabastecer de víveres a mochila, onde tem também um sabre de luz que já não funciona, um jogo de tabuleiro, uma carteira com uma moeda de 20 escudos - só porque sim - um telemóvel, outra carteira com cartões e documentos da escola e um carregador do telemóvel. Tarefa que em conjunto com a preparação do material escolar para o dia seguinte pode ser coisa para durar uma hora, ou mais. Já para não falar que atrasa a vida aos pais quando têm de esperar que meta ordem no interior do saco de transportar às costas.
Na escola onde frequenta o sexto ano de escolaridade toda a gente o conhece por ser descontraído e com um humor muito particular. Na vila também não passa despercebido quando se põe a caminho da câmara para controlar o que é que o presidente anda a fazer. E para se sentar na cadeira da presidência, só porque é confortável e para sentir a sensação do poder. “Quero ser presidente para mandar nisto tudo. Não acha que alguém não gostaria de mandar nisto tudo?”, explica Pedro, que já se prepara para as dificuldades do cargo a comer pratos “enfarta-brutos”, que adora, como feijão com batatas e couves.
Outras coisas que costuma fazer é ir a cerimónias na esperança de vir a perceber porque é que se diz tanta coisa que ninguém entende. Aguenta até ao fim, com melhor disposição se houver beberete. “Parte mais interessante das iniciativas políticas”. Também já sabe dar música, mas no verdadeiro sentido da palavra, tocando trompete, e anda no karaté. Miguel Borges sentindo a sombra política do filho também vai começar a praticar esta arte marcial. Novidade que foi dada pelo autarca no beberete da cerimónia de entrega de prémios Galardão Empresa do Ano, iniciativa da Nersant e de O MIRANTE, com um olho no que estava o filho a fazer, que nessa altura era procurar os pratos onde ainda restavam pastéis de bacalhau. Pedro é apenas um personagem da história de uma família divertida e descontraída, com ar feliz, em que o patriarca é o rosto da boa disposição.

O verdadeiro cromo que quer ser presidente de câmara como o pai

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