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Contundente Manuel Serra d’Aire

Nunca devemos subestimar a estupidez humana porque ela acaba sempre por superar as nossas mais pessimistas expectativas. Quando pensamos que já vimos de tudo no que toca a aberrações comportamentais, lá vem mais uma notícia que nos deixa boquiabertos. Um exemplo: segundo um estudo, já morreram no mundo umas boas centenas de pessoas a tirar selfies em situações de risco, arriscando literalmente a pele para fazer um figurão nas redes sociais. E, para a estupidez ser completa, há muita gente que se ri com isso.
A estupidez alheia (e a minha, já agora, porque também padeço desse mal, embora sem comportamentos suicidas) não me dá para rir, mas sim para reflectir. E quanto mais reflicto sobre isso mais caminho para a conclusão que muita gente, por qualquer percalço de percurso ou acidente genético, ainda não fechou o último estágio evolutivo que, dizem os especialistas, nos separou há muitos milhares de anos dos nossos parentes macacos.
O que se passou no eixo Tancos/Chamusca com os episódios em torno do material de guerra roubado dos paióis militares que apareceu mais tarde na charneca ribatejana com alguns artigos adicionais, à laia de bónus para compensar as Forças Armadas do desassossego em que foram colocadas, é a prova evidente não só do que acima escrevi mas também de que a realidade, mais uma vez, consegue superar a mais imaginativa e alucinada ficção. E a fantochada em torno da investigação e da encenada descoberta das armas pela GNR de Loulé foi a cereja no cimo do bolo. A célebre rábula de Raul Solnado sobre a guerra tem finalmente sucessora à altura, meio século depois. E tendo como cenário a nossa região, já anteriormente palco de outros acontecimentos fenomenais, designadamente uns que não envolveram miliares e granadas mas sim pastores e azinheiras.
Outro episódio anedótico e do domínio do paranormal é o do cheque para apoiar as vítimas dos incêndios de 2003 em Santarém que esteve não um nem dois nem três anos desaparecido numa qualquer gaveta da Câmara de Santarém, mas sim quase 15 anos. Leste bem: 15 anos!!! Descobriu-se agora que os três mil e tal euros das senhas de presença dos eleitos da assembleia municipal, que deviam ter sido entregues pela Câmara de Santarém ao Governo Civil de Santarém, em 2003, para os distribuir por quem mais necessitava, afinal nunca saíram da autarquia, vá-se lá saber porquê...
Ou seja, o executivo camarário então liderado pelo socialista Rui Barreiro, e os que se seguiram, não só não pagaram as senhas de presença de uma assembleia municipal aos deputados municipais como não lhes deram o destino alternativo que os mesmos decidiram. Um espectáculo!
Outro espectáculo foi o que o ministro das Obras Públicas veio dar a Alcanede na quarta-feira para anunciar obras na estrada nacional que liga essa vila a Santarém e que já são reclamadas há uma dúzia de anos pelo menos sem que em Lisboa se ralem muito com isso. Agora que se aproximam eleições há que fazer render o peixe. Se o despudor matasse, não havia Governo que resistisse muito tempo...
Aceita uma continência do
Serafim das Neves

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