Está a decorrer no Ministério Público de Vila Franca de Xira o processo envolvendo as agressões entre João Conceição (CDU) e Ricardo Carvalho (PS) dentro do edifício da junta de freguesia daquela cidade. Fonte judicial conta
a O MIRANTE que os dois eleitos já foram chamados a prestar declarações e que a prova fundamental de todo o processo são as imagens de videovigilância que captaram as cenas de pancadaria, ocorridas em Maio último, bem como o relato das testemunhas, funcionárias da junta, que assistiram a toda a cena.
Ricardo Carvalho confirmou ao juiz os socos e empurrões que diz ter sofrido e as lesões que lhe terão sido infligidas por João Conceição, que foi aconselhado pelo tribunal a ter prudência nas declarações proferidas, precisamente, por causa da existência do vídeo. O autarca da CDU contou a sua versão dos factos mas terá, alegadamente, negado à justiça ter sido ele o provocador dos empurrões e que estaria a reagir a provocações vindas do outro lado. Várias testemunhas já foram entretanto ouvidas.
O caso, recorde-se, teve lugar a 18 de Maio, com João Conceição e Ricardo Carvalho a envolverem-se numa forte discussão que acabou, segundo o presidente da junta, em empurrões, cotoveladas e murros nas costelas. A CDU nega tudo e continua a garantir que o acontecimento é fantasioso. Na última assembleia de freguesia aquela bancada notou mesmo que o caso agora merece nem ser falado publicamente por estar em segredo de justiça. João Santos aproveitou para avisar que, caso a decisão da justiça venha a considerar culpado João Conceição, ficará à espera que a CDU retire as devidas consequências políticas.

Autarca pede urbanidade e respeito
O presidente da Junta de Vila Franca de Xira apelou também na última sessão da assembleia de freguesia para que os eleitos pautem as suas atitudes públicas e a presença nas redes sociais por uma conduta de urbanidade, respeito e atitude pedagógica.
O apelo foi deixado depois de Nuno Onça, eleito do Bloco de Esquerda naquela assembleia, ter colocado um ‘gosto’ no comentário de uma moradora na rede social Facebook onde se chamava “chulos” aos membros da junta de freguesia e da câmara municipal, na página oficial da junta nessa rede social. Chulo, na definição dos dicionários, remete para alguém rude, reles, grosseiro, obsceno e proprio da ralé.
“Isto é conduta digna de um líder de bancada? Não é possível. Não podemos passar por isto. Imaginem que estamos a consultar a página oficial da junta com os filhos ao nosso lado e eles lêem isto. O Nuno Onça deve ter uma atitude pedagógica, estimular a participação cívica das pessoas e não responder coisas como respondeu. Isto não é pedagógico e não admito mais isto. Se acontecer mais alguma vez desvio a minha família disto e saio desta posição porque acredito firmemente que a partir desse momento este espaço não é para mim”, lamenta o autarca.
Nuno Onça considerou “lamentável” a intervenção do presidente da junta. “Não vou tecer comentários ao que disse, mas uma coisa garanto, vão poder contar comigo para defender os interesses de todos os fregueses. Não vão condicionar a minha voz. O que o presidente fez foi associar-me a um criminoso ou bandido capaz de chegar a situações drásticas como usar uma arma branca”, criticou.