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Assalto na Caixa Agrícola da Chamusca com pormenores sofisticados
foto DR Assalto a um dos principais bancos da Chamusca teve contornos de filme de acção

Assalto na Caixa Agrícola da Chamusca com pormenores sofisticados

Ladrões desactivaram sistemas de segurança e entraram pelo telhado da instituição bancária. A Caixa Agrícola da Chamusca não fala sobre o assalto nem para sossegar a população que ficou em sobressalto com o roubo a uma instituição bancária, quase centenária, que nunca tinha tido tão rude golpe na sua imagem e na confiança que depositavam nela. Todos os clientes que tinham cofres individuais, cerca de duas dezenas, perderam tudo o que tinham confiado ao banco.

A Caixa Agrícola da Chamusca mandou os clientes lesados com o assalto às suas instalações apresentarem a relação dos bens que desapareceram dos cofres individuais. Mas ninguém garante com toda a certeza que a instituição bancária vai ressarci-los, até porque não é fácil comprovar o que estava guardado nas cerca de duas dezenas de caixas metálicas. É que o banco não sabe nem tem de saber o que é que os clientes metem nos cofres que estão à sua guarda. A situação está a causar apreensão na Chamusca, até porque a administração da Caixa remeteu-se ao silêncio e não dá informações nem explicações públicas.
Este é o assalto do século porque nunca a vila tinha assistido a tanta sofisticação num roubo e nunca em quase cem anos de existência a instituição de crédito de interesse público, com associados e gestão privada, tinha sido assaltada. Na vila não há dúvidas que o assalto foi feito por “profissionais” que devem ter estudado bem as instalações para saberem que podiam entrar pelo telhado e ter acesso ao interior do banco, porque algumas zonas do edifício não têm placa de betão a isolar o telhado do restante edifício. Também sabiam que os cofres individuais não são muito difíceis de arrombar, ao contrário do que acontece com a caixa-forte que é altamente resistente.
Os ladrões conseguiram anular os alarmes, de tecnologia moderna, os sistemas de segurança e alerta e fazer tudo sem levantar suspeitas. Os vizinhos não deram por nada e como o assalto ocorreu de madrugada, às 03h00, também não havia vivalma nas ruas da terra. Dos clientes da caixa com quem falámos, as perdas mais lamentadas são os bens com elevado valor sentimental, heranças de avós e pais, nomeadamente objectos de ouro e prata.
Curiosamente, o assalto ocorreu à mesma hora que o da Caixa Agrícola de Serpa, distrito de Beja, quatro dias antes, na terça-feira, 13 de Novembro. Este assalto na madrugada de sábado na Chamusca só é comparável a um outro com grande grau de sofisticação, que ocorreu a 6 de Maio de 2015 num armazém grossista de produtos alimentares na zona industrial de Almeirim, de onde foram levados cerca de 40 mil euros, após desactivarem todos os sistemas de segurança. Os ladrões cortaram o cofre com um dispositivo de raios laser, como se vê nos filmes.
Segundo O MIRANTE apurou, os dispositivos de segurança e os alarmes da Caixa Agrícola da Chamusca tinham sido renovados há cerca de dois anos e correspondiam às exigências de segurança. A exemplo do que aconteceu em Serpa, por onde também entraram pelo telhado, os ladrões conseguiram eliminar qualquer tipo de comunicação do banco para o exterior, uma vez que as instituições bancárias têm sistemas de alerta ligados a centrais permanentes, 24 horas por dia, e até mesmo às forças de segurança, como a PSP e a GNR. Os ladrões levaram tudo o que era de valor e há clientes que perderam tudo, na ordem de dezenas e centenas de milhares de euros.
Ao contrário do que aconteceu em Serpa, onde só se deu pelo assalto quando os funcionários da agência chegaram de manhã para trabalhar, na Chamusca terá sido um técnico de informática de uma empresa que presta serviço à caixa que deu o alerta. O técnico da empresa que trabalha há muitos anos com a instituição estranhou que o sistema de operações bancárias por via informática estivesse inoperacional há horas e terá alertado responsáveis da instituição.
A Caixa Agrícola da Chamusca dispõe de cofres individuais de dois tamanhos que são fechados por meio de uma fechadura sem grande sofisticação. O cliente tem uma chave e o banco tem outra. Os cofres são caixas metálicas que não têm uma elevada resistência. Na noite de sábado, horas após o assalto, concentraram-se nas instalações vários responsáveis do banco. O MIRANTE contactou o presidente da caixa, Carlos Pinto Coelho Amaral Netto, que se limitou a dizer que a instituição não faz qualquer declaração sobre o assunto.

Opinião

Pobres chamusquenses

A Chamusca está entregue à bicharada em termos políticos. Em termos económicos é uma terra sem futuro, já que o presente é um desastre.
Desportivamente só se safam na arte da pesca. Culturalmente só se dá por eles quando organizam o carnaval, e o célebre Enterro do Galo, onde o presidente da câmara e a sua afamada vice são principal inspiração dos poetas de serviço ao reino da bicharada.
Para que tudo seja verdadeiramente uma desgraça, os chamusquenses que entregaram os seus bens mais valiosos à Caixa Agrícola da Chamusca, acabam de ser roubados numa acção da gatunagem, que só pode dar um filme no futuro muito próximo.
Previsivelmente a última cena será o golpe fatal no orgulho chamusquense: a vila irá Tejo abaixo e todos os habitantes ficarão na lama, de onde nunca se levantarão.

Assalto na Caixa Agrícola da Chamusca com pormenores sofisticados

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