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Presidente da Câmara da Chamusca desrespeita eleitos da assembleia municipal
Eleitos da Assembleia Municipal da Chamusca só recebem esclarecimentos do presidente da câmara por escrito

Presidente da Câmara da Chamusca desrespeita eleitos da assembleia municipal

Eleito da oposição diz que Queimado tem uma difícil relação com a verdade. Paulo Queimado fala em “fake news” para se justificar por não responder publicamente aos pedidos de esclarecimentos dos deputados municipais. Uma curiosa interpretação do que deve ser a transparência no exercício de cargos públicos.

Responder por escrito às questões colocadas pelos deputados da assembleia municipal nas sessões desse órgão autárquico passou a ser um hábito do presidente da Câmara da Chamusca, Paulo Queimado (PS). Desde que há poder local democrático, a assembleia municipal tem como missão escrutinar a actividade do executivo camarário, mas o presidente da Chamusca faz uma interpretação curiosa desses atributos e não responde perante o plenário às questões e pedidos de esclarecimentos colocados, nomeadamente pela oposição, refugiando-se na resposta à posteriori, por escrito.
E assim, tanto os eleitos como quem assiste às sessões da assembleia municipal ficam a zero sobre o que pensa ou sabe Paulo Queimado sobre determinado assunto. O que não abona em nada no que toca à transparência que deve existir no exercício dessas funções. Isso mesmo aconteceu, mais uma vez, na última sessão da Assembleia Municipal da Chamusca, com o presidente da câmara a referir que responderia por escrito, esquivando-se a elucidar “publicamente”, uma vez que estava a comunicação social na assistência.
Paulo Queimado referiu mesmo, na última sessão da assembleia municipal, que os deputados não deveriam seguir-se por “fake news” (notícias falsas). Em resposta, Rui Martinho (da coligação PSD/CDS/MPT) sublinhou que apesar de ver as notícias nos jornais, conhece a “realidade das associações, colectividades e do caso do Centro Escolar da Chamusca, que está aos olhos de toda a gente”. O deputado respondeu ainda que Paulo Queimado tem uma “difícil relação com a verdade”.
Rui Martinho tinha questionado o executivo camarário sobre o ponto de situação da obra do novo Centro Escolar da Chamusca cuja conclusão, tal como O MIRANTE noticiou, está atrasada, pois a empresa de construção civil falhou mais uma vez a data da entrega da empreitada (12 de Novembro).
“Qual o valor exacto em que os cofres do município serão delapidados com a fiscalização da obra, em consequência das duas prorrogações de prazos?”, questionou Rui Martinho. Para este deputado municipal, é do “senso comum” penalizar o empreiteiro. “Se tivesse havido esta penalização, já há muito que o Centro Escolar estaria em funcionamento”, defendeu.
Também a bancada da CDU mostrou a sua preocupação, uma vez que os alunos continuam, em pleno Inverno, a ter aulas em contentores. “Senhor presidente, eu também leio o que vem nos jornais locais, mas, além disso, vejo a realidade todos os dias e não há como a negar”.
Outra das questões levantadas por Rui Martinho foi o caso da isenção do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Chamusca. O deputado acusou Paulo Queimado de não assumir os seus erros e omissões e atirar as culpas para o gabinete jurídico da autarquia, onde o pedido estaria em análise desde Setembro de 2017.
A todas estas questões Paulo Queimado disse que responderia por e-mail. “Se é como das outras vezes, nem aqui, nem por e-mail, irei ter os esclarecimentos que pretendemos”, rematou Rui Martinho.

Oposição fala em perseguição a colectividades

De salientar que apenas nesta última sessão da assembleia municipal, realizada a 29 de Novembro, surgiu o pedido para reconhecimento e aprovação do direito à isenção de IMI sobre prédios propriedade dos Bombeiros da Chamusca, que foi aprovado por unanimidade.
Também os casos do Centro de Apoio Social da Carregueira e do Centro Social da Parreira, que
O MIRANTE noticiou, foram chamados a debate tanto pela bancada da coligação PSD/CDS/MPT como pela CDU. “Estas situações envergonham qualquer autarca”, referiu Rui Martinho ao sublinhar que este tipo de colectividades deveriam ser “acarinhadas” e não “perseguidas”, apenas por não se “alinharem politicamente” com o partido do presidente da câmara.

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