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Deputados por conveniência
Maria da Luz Lopes, João Sequeira e Idália Serrão

Deputados por conveniência

Entre a saída de Idália, a recusa de Sequeira e a entrada de Maria ficam todos a ganhar. João Sequeira, o socialista que vai fazer duas décadas de cargos públicos, não abdicou do conforto do cargo que ocupa actualmente e recusou substituir na Assembleia da República Idália Serrão, que foi para o Montepio. Entra a seguinte da lista, a professora Maria da Luz Lopes, que dá os primeiros passos nos altos voos da política.

O socialista João Sequeira recusou assumir o lugar de deputado do PS pelo círculo de Santarém, deixado vago por Idália Serrão, que era também secretária da Assembleia da República. O socialista que já teve vários cargos públicos desde jovem, entre os quais também o de deputado, preferiu jogar pelo seguro e manter-se no cargo de vice-presidente de Instituto de Informática da Segurança Social, onde ainda tem mais três anos de comissão de serviço. O cargo actual dá-lhe mais hipóteses de se manter na administração pública e por isso teve de entrar para o seu lugar a candidata que se seguia na lista de deputados pelo distrito, em sexto lugar, a professora Maria da Luz Lopes.
Feitas as contas ficam todos a ganhar com a saída de Idália Serrão, sobretudo ela própria, que vai ganhar de vencimento cerca de cinco vezes mais como administradora na Associação Mutualista Montepio Geral, do banco Montepio. Maria da Luz Lopes também vai ganhar mais do dobro como deputada do que recebia como professora. João Sequeira praticamente não ficava a ganhar monetariamente com a mudança, mas no instituto tem outros benefícios, como viatura de serviço e sobretudo aumenta a sua experiência e ganha vantagens quando tiver de concorrer em 2021 a concursos para o mesmo instituto ou para outro organismo da administração estatal.
João Sequeira, licenciado em direito, habituado a andar de lugar em lugar, também teve em conta o facto de a actual legislatura estar no final. E sabe bem que não vale a pena o risco de ocupar o lugar de deputado por dez meses e depois não conseguir garantir um lugar elegível na próxima lista de deputados. Contactado por O MIRANTE, João Sequeira diz que optou por não ir para a Assembleia da República porque tem um compromisso, reconhecendo que é mais necessário no cargo no instituto do que entrar no parlamento a pouco tempo das eleições.
Sequeira, filho do ex-presidente que dirigiu durante décadas a Câmara de Rio Maior, Silvino Sequeira, foi vereador deste município, foi deputado na Assembleia da República, assessor do secretário de Estado da Juventude e Desporto, onde ganhou conhecimentos para se catapultar para o cargo de vice-presidente do Instituto do Desporto de Portugal. Em 2016 foi nomeado para o Instituto de Informática, após concurso da Comissão de Recrutamento e Selecção para a Administração Pública (Cresap).
Maria da Luz Lopes, apesar de alguns cargos honoríficos dentro do partido, como o de presidente do Departamento Federativo de Santarém das Mulheres Socialistas, é uma principiante em termos de cargos públicos, comparando com João Sequeira e Idália Serrão, que já andam a viver do sector público há muitos anos. Idália começou em 1998 na Junta de Freguesia de Almoster e em 2002 entra como vereadora da câmara, até ser eleita deputada em 2005, onde se tem mantido até ir agora para o Montepio. João Sequeira, que faz 44 anos em Fevereiro, está prestes a fazer vinte anos de cargos públicos, tendo começado como deputado em 1999.
A nova deputada tomou posse na sexta-feira, 4 de Janeiro. Vai receber um vencimento de 3.624 euros, mais 370 euros de despesas de representação se ficar em exclusividade nas funções. Maria da Luz Lopes é especializada em Educação Especial, é de Alcanena e vive em Torres Novas.

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