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Família desalojada por incêndio em Azambuja
Maria Júlia e o filho junto à carrinha que lhes serve de habitação depois do incêndio

Família desalojada por incêndio em Azambuja

Casal e filho bebé passaram a dormir numa carrinha de mercadorias.

Um incêndio que deflagrou no dia 1 de Janeiro destruiu parcialmente uma habitação, no bairro municipal Quinta da Mina, em Azambuja, deixando desalojado um casal e o filho bebé. Maria Júlia Ramos estava em casa com a criança de cinco meses quando as chamas eclodiram num dos quartos da habitação. “Quando me apercebi do fumo fui ao quarto e o colchão já estava a arder. Saí de casa com o bebé ao colo e ficámos apenas com as roupas que tínhamos no corpo”, conta a jovem mãe a O MIRANTE. A família residia há um mês no terceiro andar do sexto bloco do bairro. Um curto-circuito terá estado na origem do fogo.
“Perdemos tudo, roupas, mobília e electrodomésticos. O que não ardeu estragou-se por causa do fumo”, conta Maria Júlia Ramos. Apesar dos danos materiais que resultaram do incêndio, a mãe e o bebé não sofreram qualquer ferimento.
À chegada dos bombeiros ao local, já Maria Júlia e o pequeno José estavam na rua e não necessitaram de assistência, confirmou a O MIRANTE o comandante dos Bombeiros Voluntários de Azambuja. Segundo Ricardo Correia, os 12 operacionais das corporações de Azambuja e Alcoentre, apoiados por quatro viaturas, foram chamados ao local cerca do meio-dia e a rápida intervenção permitiu que o fogo ficasse confinado a uma divisão da habitação [quarto onde dormia o casal e o bebé], mas as elevadas temperaturas e fumo intenso causaram danos nas restantes divisões do apartamento.
No dia a seguir ao incêndio, a família ficou alojada provisoriamente em casa dos pais de Maria Júlia, que residem no andar de baixo, mas agora estão a dormir no interior de uma carrinha de mercadorias, estacionada à porta do edifício. “Já somos cinco pessoas a dormir num apartamento de três quartos, com eles seríamos oito. Não há condições, nem descanso para o bebé”, diz a O MIRANTE Sara Pinto, mãe da jovem desalojada.
A família, que diz não ter muitas posses, pediu à Câmara de Azambuja uma nova habitação, ou ajuda para reparar a actual, mas, segundo Maria Júlia, “só daqui a dois meses é que disseram que arranjavam a casa”.

Família é acompanhada pelos serviços municipais
A vereadora da Câmara de Azambuja, Sílvia Vítor, referiu a O MIRANTE que o titular do apartamento é um familiar do jovem casal e que de momento a autarquia não dispõe de habitações sociais para realojar esta família. No local, já estiveram técnicos do município e, segundo a autarca, o seguro deverá cobrir os danos causados pelo incêndio.
“A família já estava a ser acompanhada pelos serviços de acção social da Câmara de Azambuja e de momento já estamos a reunir bens para lhes entregar”, afirma. “Também conseguimos trabalho para o jovem, que estava em situação de desemprego, através de um contrato ao abrigo do Rendimento Social de Inserção”. José Lima começou a trabalhar no dia 7 de Janeiro, a fazer manutenção do espaço público daquele bairro.

Edifícios degradados e rendas em atraso

A urbanização Quinta da Mina foi construída há mais de 20 anos, pela Câmara Municipal de Azambuja, para realojar moradores do Alto da Torre. No primeiro trimestre de 2018 a dívida referente às habitações sociais alcançou os 300 mil euros. No bairro residem 66 famílias e algumas têm anos de rendas em atraso.
Tal como O MIRANTE tem noticiado, os moradores queixam-se frequentemente de problemas de infiltrações e pragas de ratos e baratas. Sara Pinto, moradora do bloco onde deflagrou o incêndio, no passado dia 1 de Janeiro, diz que a situação se mantém e que é urgente a autarquia intervir. O referido bloco é o mais problemático do bairro. Falta-lhe a porta de entrada, a luz nas escadas, janelas em algumas habitações e a pintura inicial deu lugar a grafitis e a outros sinais de destruição. Após o incêndio no apartamento, as paredes da passagem comum ficaram tingidas de negro, por causa do fumo.

Família desalojada por incêndio em Azambuja

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