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Tejo fora do Plano Nacional de Investimentos 2030
CAP quer combater a escassez de água para regadio com aproveitamento do Tejo

Tejo fora do Plano Nacional de Investimentos 2030

Agricultores alertam para problemas de água que poderiam ser combatidos com recurso ao maior rio ibérico.

A Confederação dos Agricultores de Portugal alertou para problemas de escassez de água nas regiões do Oeste, Ribatejo e Setúbal que poderiam resolver-se com o aproveitamento do Tejo, mas o projecto ficou fora do Plano Nacional de Investimentos 2030.
“As regiões do Oeste, Ribatejo e Setúbal sofrem pela falta de acesso à água e isso constitui um problema”, afirmou à agência Lusa Eduardo Oliveira e Sousa, presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP).
No Oeste, “a principal região produtora de frutas e hortícolas e um dos motores da exportação de produtos agrícolas”, o problema é ainda mais “premente, porque a água que existe já não é suficiente e é preciso garantir no futuro a continuidade da agricultura”.
Para a CAP, “é fundamental que o Governo olhe para estas regiões como sendo regiões a precisar de um projecto para garantir água à agricultura e pôr-se a engenharia a pensar no assunto e começar-se a ter decisões”, passem elas pelo Projecto Tejo, que prevê o aproveitamento de água do rio Tejo, ou por outras soluções.
O presidente da CAP mostrou-se “preocupado” por o Projecto Tejo, estimado em 4,5 mil milhões de euros, não estar incluído no Plano Nacional de Investimentos (PNI) 2030, que foi enviado ao Parlamento, considerando que “era necessário que o projecto estivesse nas intenções de investimento desde já”.
Fonte oficial do Ministério da Agricultura confirmou que o Projecto Tejo não está incluído no PNI2030, que destina 750 milhões de euros a projectos de regadio no país.
O ministro da Agricultura, Capoulas Santos, em declarações à Lusa, explicou que “não existe um projecto, mas uma ideia visionária de um projecto”, motivo pelo qual não o pode incluir nos investimentos a beneficiar dos próximos fundos comunitários “sem que seja estudado”.
Por outro lado, teria de ser decidido por todo o Governo por ser, “provavelmente, o maior projecto público que o país alguma vez fez”. O governante admitiu que é “uma ideia positiva ao partir da sociedade civil, que revela grande apetência pelo investimento no regadio e uma forte crença no futuro da agricultura portuguesa”.
Nesse sentido, o Ministério da Agricultura “está a avaliá-lo tecnicamente e a proceder a estudos que permitam saber, em primeiro lugar, se há água” [no futuro] face às alterações climáticas e ao acordo com Espanha na gestão da bacia do Tejo, e depois “ver se o projecto tem viabilidade e os custos/benefícios”.
Os promotores do Projecto Tejo estão a trabalhar na constituição de uma associação para vir a juntar privados, organismos do Estado e municípios, a pensar numa futura “parceria público-privada” que possa assegurar o investimento para o projecto que, além de poder vir a vender água aos agricultores, tem a ambição de tornar o Tejo navegável para atrair os turistas que visitam Lisboa.
A EDP e empresas ligadas ao Tejo poderão vir a estar entre os “potenciais parceiros” do investimento. O Projecto Tejo prevê regar com águas do rio Tejo 300 mil hectares de terrenos agrícolas, dos quais 240 mil no Ribatejo, 40 mil no Oeste e 20 mil em Setúbal.

Tejo fora do Plano Nacional de Investimentos 2030

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