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Câmara de Almeirim vai penhorar cooperativa que explora fábrica de enchidos
Fábrica da Encherim em Almeirim custou um milhão de euros

Câmara de Almeirim vai penhorar cooperativa que explora fábrica de enchidos

A cooperativa Encherim, que explora a fábrica de enchidos tradicionais da Sopa de Pedra, construída pela câmara, não paga as rendas fixadas no contrato alegando acordo com ex-presidente. Não há qualquer documento que o comprove e a câmara está farta de não conseguir reaver o investimento que fez e mantém intenção de despejar a cooperativa.

A Câmara de Almeirim confirma que mandou para a Autoridade Tributária a dívida que reclama da Encherim, para que a cooperativa que explora a fábrica de enchidos tradicionais da Sopa de Pedra seja penhorada. Em causa estão cerca de 140 mil euros de rendas, entre 2010 e 2015, que deviam ter sido pagas e não foram porque a entidade que reúne vários talhantes diverge da autarquia relativamente ao cálculo das rendas do centro de corte e fabrico, que é propriedade do município e que foi construído em 2007 no antigo matadouro municipal. Mas depois de 2015 a cooperativa também não tem pago os valores contratuais, o que representa mais uma dívida.
O município decidiu em Novembro de 2017 proceder à resolução provisória do contrato de concessão de exploração à Encherim, que implicaria o despejo da Encherim, caso esta não pagasse. Entretanto entre contestações e comunicações de parte a parte o processo foi-se arrastando, até que recentemente a cooperativa veio apresentar um estudo de viabilidade, pedindo um reajuste no contrato de modo a que passe a pagar valores inferiores. A câmara recusou o pedido, já notificou a Encherim para se pronunciar e se os argumentos não convencerem o município este vai mesmo avançar para o despejo.
As divergências dos valores têm a ver com um alegado acordo verbal com o ex-presidente Sousa Gomes, já falecido, mas que nunca foi levado a reunião de câmara, nem nunca foi feita qualquer alteração ao contrato. A cooperativa, dirigida pelo talhante Carlos Galão, alega que terá sido acordado com Sousa Gomes uma renda que tinha em conta a produção de enchidos, mas não há qualquer documento que o comprove. O que vale é o contrato inicial, que estabelece uma renda calculada à taxa de seis por cento do valor do investimento efectuado pelo município, que é mais elevado do que o alegado acordo.
Recorde-se que o município construiu a fábrica para resolver um problema dos talhantes, na altura em que passaram a ser exigidas salas de desmancha e de enchimento. Muitos talhos não tinham condições para esta adaptação, por falta de espaço, e noutros casos o investimento era avultado para os empresários. A fábrica, que teve financiamento comunitário, custou um milhão de euros. A câmara concessionou a exploração à cooperativa, por um período de 25 anos, mediante o pagamento de uma renda com vista a pagar o montante com que a autarquia teve de entrar na construção.

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