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Presidente de Benavente quer homenagear autarca condenado por prevaricação
Carlos Coutinho mantém a convicção de que Ganhão deve ser homenageado pela Câmara de Benavente

Presidente de Benavente quer homenagear autarca condenado por prevaricação

Carlos Coutinho elogia conduta cívica de António Ganhão e critica a justiça. Actual presidente da Câmara de Benavente quer homenagear António José Ganhão pelo seu serviço em prol da causa pública e aponta baterias à justiça, considerando que dez anos para julgar o caso é inaceitável.

O presidente da Câmara de Benavente, Carlos Coutinho (CDU), quer homenagear publicamente o ex-presidente do município, António Ganhão, recentemente condenado na justiça por um crime de prevaricação de titular de cargo político.
Coutinho, que foi durante vários anos o vice-presidente de Ganhão, considerou na última reunião de câmara que os valores e princípios de Ganhão na gestão da coisa pública têm “provas dadas e méritos reconhecidos” e que por isso não há qualquer impedimento a que seja realizada a homenagem. Serviram o município, segundo Coutinho, com grande “elevação e serviço público”.
Questionado pela oposição PS/PSD, Carlos Coutinho voltou a afirmar que não há qualquer condicionante que impeça o município de vir a homenagear António Ganhão e garante manter essa intenção. “Para nós (o julgamento) não é uma questão, gostávamos que a homenagem acontecesse numa altura em que a pessoa estivesse livre disso. É justa e não está dependente desta situação”, explicou. António Ganhão foi presidente da Câmara de Benavente entre 1979 e Outubro de 2013.
Carlos Coutinho voltou a reafirmar não ter dúvidas sobre a conduta de António Ganhão e dos outros arguidos no processo. “Infelizmente a nossa justiça tem uma morosidade inaceitável, este processo esteve dez anos em banho maria. Mas há algo que me deixa satisfeito, que foi a acusação de corrupção ter caído por terra. Não houve prova nenhuma. Foi apresentado recurso e a nossa convicção é que a situação possa vir a ter uma decisão justa”, defendeu.
O ex-autarca, recorde-se, foi absolvido do crime de corrupção mas condenado a dois anos e seis meses de prisão, com pena suspensa, por um crime de prevaricação de titular de cargo político. O Tribunal de Santarém julgou o processo em que António José Ganhão e o seu ex-vereador Miguel Cardia estavam acusados da prática de crimes de corrupção passiva e prevaricação de titular de cargo político por alegados favorecimentos a um empresário imobiliário, Tiago Gallego, também arguido no processo, juntamente com um técnico do município, Vasco Feijão, e do antigo presidente da Junta de Freguesia de Santo Estêvão e empresário Daniel Ferreira.
Todos os arguidos foram absolvidos dos crimes de corrupção de que vinham acusados, tendo a pena mais grave, três anos e seis meses de prisão, suspensa na sua execução, sido aplicada a Miguel Cardia. O ex-vereador foi ainda condenado a uma pena acessória de inibição do exercício de cargos públicos por um período de cinco anos.

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