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Transformação de antiga vidreira em prédio de luxo divide moradores
Prédio da antiga vidreira de Vila Franca de Xira está à venda e prestes a tornar-se num edifício de quatro andares, o que tem dividido as opiniões dos moradores

Transformação de antiga vidreira em prédio de luxo divide moradores

Câmara de Vila Franca de Xira diz que ainda não há projecto aprovado. Edifício está à venda e é anunciado como tendo projecto aprovado para quatro andares. Alguns moradores da zona criticam a ideia e defendem a preservação da fachada.

O edifício da antiga vidreira de Vila Franca de Xira, um dos mais icónicos da cidade pela sua arquitectura e que está devoluto há uma década, está agora à venda com um anúncio de projecto aprovado na câmara que contempla a sua transformação num prédio de quatro andares.
A novidade está a dividir vários moradores do centro da cidade. Por um lado os que concordam com a sua demolição e transformação num edifício moderno e mais aprazível. Outros dizem que se está perante um atentado patrimonial e dizem que será uma mancha no centro da cidade, a poucos metros do mercado municipal. Entre esses está Carlos Patrão, vereador do Bloco de Esquerda que, na última reunião pública de câmara, deu eco aos lamentos dos moradores e quis saber o que está realmente previsto para o local.
O anúncio fala em prédio “com fachada histórica e projecto aprovado”, contemplando uma loja e dois lugares de estacionamento reservado no rés-do-chão, um apartamento T3 de 145 metros quadrados (m2) com terraço no primeiro andar, um apartamento T3 de 145 m2 no segundo andar e um duplex com 215 m2 com um terraço no terceiro e quarto andares.
“A vidreira é o edifício mais bonito da cidade. Se isto for verdade vão destruir aquele edifício e isso é inconcebível. Ele merece ser classificado. Além disso é uma violação do Plano Director Municipal, que estipula que os edifícios novos devem ser feitos com a média dos pisos dos edifícios contíguos. Isto nunca poderia ser licenciado. Um concelho que tem como bandeira a sua identidade não poderá permitir que este edifício seja descaracterizado e destruído”, alertou Carlos Patrão.
A câmara municipal, por seu turno, explica que entrou no urbanismo um pedido de informação e não um projecto. Para já, explica Alberto Mesquita (PS), presidente da câmara, nada está decidido, até porque o futuro projecto necessitará de um parecer favorável da Direcção Geral do Património Cultural (DGPC). Entidade que, recorde-se, esteve dez anos para produzir um documento semelhante para a concretização de um estacionamento junto à Quinta da Piedade na Póvoa de Santa Iria.
“Aquele edifício tem regras e exigências da DGPC pelos quais temos de cumprir”, nota Mesquita. O autarca salienta, no entanto, que é preciso uma solução de equilíbrio entre a preservação da fachada e a rentabilidade do investimento privado.

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