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Ourém não quer ser bode expiatório dos problemas do Hospital de Leiria
Luís Albuquerque

Ourém não quer ser bode expiatório dos problemas do Hospital de Leiria

Pacientes são muitas vezes encaminhados para a unidade de saúde da cidade vizinha. Administrador demissionário do Hospital de Santo André queixou-se que a sobrecarga de utentes com origem no concelho de Ourém não foi acompanhada pela necessária transferência de meios. E defende que os pacientes de Ourém devem ser encaminhados para o Centro Hospitalar do Médio Tejo. Presidente do município rejeita alterações ao actual quadro.

“Não podemos admitir que a população do concelho de Ourém seja um bode expiatório ou utilizada como arma de arremesso do conselho de administração do Hospital de Santo André, de Leiria, e do Ministério da Saúde para os problemas existentes nessa unidade hospitalar, decorrentes de muitas outras situações”. As críticas são do presidente da Câmara de Ourém, Luís Albuquerque (PSD/CDS), que na última reunião de câmara leu uma declaração, a que se associou o restante executivo municipal, incluindo os vereadores da oposição.
Em causa estão as declarações de Hélder Roque, do conselho de administração do Centro Hospitalar de Leiria (CHL), no seguimento da sua demissão. Hélder Roque e a ministra da Saúde, Marta Temido, foram ouvidos pela Comissão Parlamentar de Saúde da Assembleia da República, onde referiram que os utentes do concelho de Ourém, transportados pelo INEM – através do Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) -, deveriam passar a ser encaminhados para o Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT).
“Recebíamos doentes de Ourém pela proximidade do nosso hospital. Estávamos à espera que viessem mais meios e recursos. O CHMT insiste que Ourém é da sua área. Assim, não faz sentido que estejamos a receber os doentes via INEM. Esta situação tem de ser corrigida e Ourém tem de passar outra vez para o Médio Tejo. Isto ajudava a aliviar a nossa urgência”, afirmou Hélder Roque na Comissão Parlamentar de Saúde.
A ministra da Saúde afirmou que vai ser efectuado um estudo ao alargamento da área de influência e que a tutela vai também estudar os fluxos naturais das pessoas ao hospital.
Luís Albuquerque afirma que a Câmara de Ourém recusa que seja alterada a situação actual sem que sejam dadas soluções alternativas, que considerem válidas, sérias e credíveis. “Aguardamos com calma e serenidade o estudo anunciado pela ministra da Saúde”, referiu o autarca, tendo acrescentado que está em causa um dos direitos fundamentais das populações.
Este é um debate antigo que tinha ficado sanado em 2016 aquando da publicação do despacho 5911-B/2016, onde ficou estabelecido que “o utente, em parceria com o seu médico de família, poderia escolher o acesso, para primeira consulta hospitalar, a uma qualquer unidade hospitalar do Sistema Nacional de Saúde”. Luís Albuquerque considera acertada a orientação do Ministério da Saúde de incluir, desde Julho de 2016, o concelho de Ourém na área de influência do Centro Hospitalar de Leiria.
O autarca admite que a dispersão geográfica do território possa permitir deslocações para o Hospital de Tomar (que pertence ao CHMT), desde que este seja dotado de mais valências, recursos humanos e tecnologias de saúde, compatíveis com um serviço moderno, eficaz e eficiente.
“Também nos parece razoável que o reforço de meios humanos, técnicos e físicos no Centro de Saúde de Ourém, e o seu alargamento do horário de atendimento, poderia contribuir decisivamente para solucionar muitas das urgências que se deslocam a Leiria”, realçou.

Ourém não quer ser bode expiatório dos problemas do Hospital de Leiria

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