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O mais importante de uma escola são os funcionários e os professores
Anita Inácio foi o centro das atenções durante uma parte da visita dos governantes ao novo centro escolar

O mais importante de uma escola são os funcionários e os professores

António Costa inaugurou Centro Escolar da Chamusca numa cerimónia sem grandes discursos e sem povo na rua. Obra arrastou-se no tempo e acabou por ser inaugurada ainda com trabalhos a decorrer no exterior.

Maria José Fartaria, 72 anos, foi professora durante 18 anos na antiga escola primária da Chamusca. Era conhecida como a professora da bata branca por envergar sempre essa indumentária. A professora Maria José não faltou à inauguração do novo equipamento escolar da vila mas alertou para que o recheio humano da escola não seja esquecido. “As infra-estruturas ajudam a dar boas condições de estudo mas o mais importante são os funcionários e os professores para que possam transmitir os melhores conhecimentos aos alunos”, afirmou Maria José Fartaria a O MIRANTE, acrescentando que no seu tempo havia mais proximidade entre docentes e alunos.
Maria Albertina Saldanha, 64 anos, leccionou na escola primária da Chamusca durante sete anos. Elogiou o novo centro escolar e referiu que a Câmara da Chamusca sempre se preocupou com a área da Educação, incluindo no tempo do presidente Sérgio Carrinho.
O primeiro-ministro, António Costa, que tem feito diversas visitas pelo Ribatejo, quando falta cerca de um mês para as eleições europeias e menos de seis meses para as eleições legislativas, inaugurou, na manhã de terça-feira, 23 de Abril, o novo equipamento escolar juntamente com o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, e a secretária de Estado da Educação, Alexandra Leitão.
António Costa referiu que o novo Centro Escolar da Chamusca é uma escola do século XXI mas que a escola é muito mais do que um espaço. “São as relações humanas e as pessoas que fazem a escola. O mais importante é preservar as relações humanas e a aprendizagem colectiva”, referiu durante o seu discurso. O primeiro-ministro prometeu regressar a essa escola em 2039 para abrir as cápsulas do tempo que os alunos criaram e onde no dia da inauguração António Costa escreveu numa folha de papel o seu sonho para daqui a duas décadas.
O Centro Escolar da Chamusca teve três datas marcadas para ficar concluído: a primeira no início de 2018; depois chegou a apontar-se o início do terceiro período de 2018, mas a data também não foi cumprida; a terceira data apontada foi 12 de Novembro de 2018 mas o novo equipamento só foi inaugurado a 23 de Abril.
O Centro Escolar da Chamusca foi adjudicado pelo valor de um milhão e setecentos mil euros mais IVA. O novo equipamento escolar dispõe de 12 salas de aula, uma sala polivalente, refeitório, sala de professores, sala de pessoal auxiliar, duas salas de actividades extra, biblioteca, laboratório, um ginásio e mais oito salas já existentes no antigo edifício da EB1.

Deputados socialistas defendem regionalização
Como o primeiro-ministro, António Costa, não tem falado aos jornalistas durante as visitas que tem feito à região, O MIRANTE aproveitou a presença dos deputados socialistas eleitos pelo círculo de Santarém para lhes colocar algumas questões. O deputado Hugo Costa discorda da decisão da Comissão Nacional de Eleições (CNE) de proibir publicidade institucional por parte dos autarcas. O deputado de Tomar considera que a lei é muito restritiva. “A nossa democracia evoluiu e não é por os autarcas fazerem anúncios do que têm feito que vai dar mais ou menos votos”, referiu a O MIRANTE.
A deputada Maria da Luz Lopes afirma que a democracia já tem capacidade para distinguir o que é o trabalho feito pelos autarcas e o que é campanha eleitoral. “A CNE pretende salvaguardar excessos mas os autarcas têm que divulgar o seu trabalho, é uma forma de prestar contas ao eleitorado”, afirmou. Maria da Luz Lopes e Hugo Costa são defensores da regionalização e consideram que a estratégia de delegação de competências nos municípios é um primeiro passo para que o poder seja descentralizado de Lisboa.
Para Hugo Costa, a centralização prejudica o interior do país mas defende que a regionalização só pode avançar quando for feito um novo referendo sobre o assunto e que as pessoas votem a favor. Maria da Luz Lopes defende a regionalização mas que não se perca de vista a coesão social e territorial do país. “A regionalização faz sentido de modo a que as regiões se desenvolvam e não se perca o objectivo de desenvolvimento do país e que este seja reconhecido a nível mundial, como já acontece”, afirma.

À margem

Os repórteres das televisões e das rádios andam numa azáfama atrás do primeiro-ministro acompanhando as suas iniciativas que já cheiram a campanha eleitoral. No final António Costa recusou-se mais uma vez a falar aos jornalistas, o que os tem deixado possessos por não poderem fazer o seu trabalho. O MIRANTE assistiu a uma conversa entre jornalista e repórter de imagem de uma televisão em que o repórter de imagem disse à sua colega jornalista que se Costa não falasse desta vez apontava a câmara para os telhados das casas.
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Sentada na sua cadeira de rodas, Anita Inácio roubou a cena durante a visita dos governantes ao centro escolar. A menina de 7 anos, que tem necessidades especiais, conquistou o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues. Assim que o primeiro-ministro chegou à sua sala, Anita disse o seu nome mas não reconheceu o ministro da Educação. Bastou este dizer o seu nome uma vez para que a Anita, no final, se despedisse do ministro com um “Adeus Tiago”, o que deixou o governante encantado com a sua doçura e simpatia.
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A visita dos membros do Governo à Chamusca não mobilizou o povo da terra como é normal neste tipo de inaugurações. Nem à partida nem à chegada houve concentração de populares junto ao Centro Escolar, cuja envolvente ainda se encontra em obras. A cerimónia de inauguração durou cerca de uma hora e estava preparada para ser o palco dos governantes. O presidente da câmara, Paulo Queimado, limitou-se a dar as boas-vindas.

O mais importante de uma escola são os funcionários e os professores

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