Substituição de calçada por asfalto levanta polémica em Azambuja
Vereadores da oposição repudiam a intenção anunciada pelo presidente do município. Substituir piso de pedra por alcatrão está a dividir os moradores e os autarcas. Há quem considere que o piso actual é um símbolo do centro da vila.
A Câmara de Azambuja decidiu avançar com a substituição do piso empedrado na Rua Engenheiro Moniz da Maia - principal artéria da vila - por um piso contínuo em asfalto, para melhorar a mobilidade e segurança da circulação automóvel. O presidente do município, Luís de Sousa (PS), refere que o “projecto está praticamente concluído e deverá avançar até ao final do ano”, com financiamento da autarquia.
Luís de Sousa adiantou a O MIRANTE que a decisão da substituição da pavimentação foi tomada exclusivamente a pensar no melhoramento do escoamento das águas pluviais e segurança dos utilizadores, deixando de parte a questão estética. “Quando chove, nesta rua formam-se piscinas autênticas”, acrescentou Luís de Sousa informando que a intervenção vai aumentar o número de sumidouros existentes.
Lembrando que aquele pavimento em pedra requer uma manutenção constante, o presidente do município adiantou que o problema está na origem da colocação da calçada, que “ficou demasiado elevada e nada bem consolidada”, fazendo com que “os paralelos estejam constantemente a sair”.
Os vereadores do PSD e CDU na Câmara de Azambuja estão contra a remoção da calçada, assinalando que para se resolver problemas de escoamento de águas e abatimento do piso não é necessário substituir aquele pavimento por asfalto.
Destacando a beleza estética que a calçada dá ao centro da vila, Rui Corça (PSD) defendeu que “devem ser adoptadas soluções técnicas para a recuperar”. O vereador considerou ainda que houve “falta de qualidade na construção” e “condições de escoamento ineficazes que “aumentam as deformações no piso”, assinalando que após a Feira de Maio durante a limpeza da areia - ali despejada para as largadas de toiros - não há o cuidado de se repor a que liga os paralelos.
Para David Mendes (CDU) “não é a substituição do pavimento que vai acabar com o problema”, que considera estar relacionado com as características físicas daquele terreno, que cede com facilidade. Substituir a calçada por asfalto é “mandar dinheiro para cima dos problemas e não resolvê-los”, refere o vereador, acrescentando que o centro da vila vai ficar mais pobre a nível estético.
O vereador do PSD sugeriu que o município devia dar prioridade “à intervenção nos passeios que se apresentam completamente deformados”, fazendo com que “as pessoas, nomeadamente as de mobilidade reduzida, tenham dificuldade em se movimentar com segurança”.