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Ricardo Gonçalves não aceita que ainda existam cidadãos de primeira e de segunda
Cerimónia dos 45 anos do 25 de Abril juntou em Santarém ex-militares, autarcas e população

Ricardo Gonçalves não aceita que ainda existam cidadãos de primeira e de segunda

Presidente da Câmara de Santarém critica assimetrias e dividendos políticos nos 45 anos do 25 de Abril. O Presidente da Câmara de Santarém, o social-democrata Ricardo Gonçalves, considera que quem vive fora dos grandes centros urbanos continua a ser prejudicado. O autarca diz que estas situações acontecem por o Governo pensar mais em colher dividendos políticos do que na qualidade de vida das pessoas.

O presidente da Câmara de Santarém diz não compreender como é que quarenta e cinco anos após a revolução do 25 de Abril ainda existam portugueses de primeira e de segunda. Ricardo Gonçalves discursava nas comemorações da revolução dos cravos e deu desta forma o mote para criticar as muitas assimetrias que considera existirem entre a Lezíria do Tejo e a Área Metropolitana de Lisboa. O autarca falava perante centenas de pessoas que assistiriam à cerimónia “Cravos para Salgueiro Maia”, no Jardim dos Cravos, em Santarém.
Segundo o autarca, ainda existem muitas diferenças na atribuição de apoios sociais, no direito ao ensino de qualidade e aos cuidados de saúde, ou no acesso aos serviços públicos entre os cidadãos que residam no interior e nas grandes áreas metropolitanas. E a culpa, adiantou, é do Governo que continua a preferir pensar mais em colher dividendos políticos do que na qualidade de vida das pessoas. Não se pode aceitar, afirma, “que o Governo, no âmbito ao apoio à redução tarifária dos transportes públicos preveja subsidiar cada habitante da área metropolitana de Lisboa com 25 euros e nós, aqui na nossa região, com apenas quatro euros por cada habitante. Não podemos compactuar com este desequilíbrio”.
Durante a cerimónia, Ricardo Gonçalves admitiu ainda que Santarém tem de ser um exemplo de liberdade e não apenas um ícone desse valor. O autarca salientou que não se pode falar em liberdade e de seguida fazer-se críticas com objectivos pessoais ou políticos. “Não podemos encher a boca com os valores de Abril e depois andarmos a dizer mal do nosso vizinho só por dizer, do nosso adversário político, da nossa cidade, com intuitos paralelos”, realçou o presidente da cidade capital de distrito.

Descentralização sim, mas com meios
O presidente da Assembleia Municipal, Joaquim Neto, recordou o dia 25 de Abril de 1974, quando tinha 11 anos de idade, e a sua mãe lhe disse que não ia ter aulas porque estava a haver uma revolução. Felicitou ainda todos os autarcas pelo trabalho realizado depois do 25 de Abril de 1974, com o objectivo de melhorar as condições de vida das suas populações. “Fazer muito com poucos meios, aliás, tem sido um desígnio contínuo do poder local”, sublinhou.
Para Joaquim Neto, a descentralização de competências como está a ser feita, sem os necessários meios financeiros e materiais, parece mais uma forma de “desresponsabilização central do que real responsabilização rumo a uma regionalização prevista na Constituição”. Na qualidade de presidente da assembleia, o socialista Joaquim Neto destacou a importância cada vez maior em dar voz à população, recordando que, desde o início deste mandato já é permitido que os cidadãos se manifestem no período antes da ordem do dia. “O 25 de Abril é também um exercício de cidadania”, afirmou.

Ricardo Gonçalves não aceita que ainda existam cidadãos de primeira e de segunda

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