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Exportação de carne de porco para a China pode ajudar à auto-suficiência do sector

Suinicultores portugueses acreditam que a exportação para o mercado chinês vai contribuir para o crescimento da produção e esperam atingir a auto-suficiência para o mercado nacional até 2030.

Na abertura do 9º Congresso Nacional de Suinicultura, Vítor Menino, presidente da Federação das Associações de Suinicultores, afirmou que a oportunidade de negócio criada com a exportação para a China, “o maior importador de carne do mundo”, vai obrigar a produção nacional, que actualmente satisfaz 65% do consumo nacional, a crescer, contribuindo para que se atinja a auto-suficiência até 2030.
“Portugal precisava de uma alternativa à concentração da procura. Foi o inconformismo que nos fez ir à procura”, declarou, no Cineteatro de Rio Maior, no dia 8 de Maio, primeiro dia de um congresso que teve como temas centrais as potencialidades do mercado chinês para a suinicultura portuguesa e as tendências de consumo, com destaque para a apresentação dos mais recentes estudos sobre produção de carne sintética.
Vítor Menino afirmou que este é um processo ainda embrionário, mas que merece a atenção dos produtores pecuários do mundo inteiro, por gerar polémica e por se desconhecer ainda se no futuro será um desafio para o sector.
O ministro da Agricultura, Capoulas Santos, que presidiu à abertura do encontro, enquadrou a investigação sobre produção de carne sintética, actualmente em curso, no contexto da procura de alternativas para alimentos convencionais, tendo em conta o aumento da população mundial e a impossibilidade de generalizar os padrões de consumo do modelo alimentar ocidental, dando o exemplo de Portugal, em que o consumo anual de carne de porco por habitante é de 43 quilogramas.
Frisando que ainda é cedo para saber se o processo – que passa pela multiplicação de células vivas em laboratório – dará um dia resultados positivos, quer do ponto de vista organoléptico quer de custos (estima-se que a produção de um único hambúrguer atinja neste momento os 250.000 euros), Capoulas Santos afirmou que se trata de “trabalho científico a ser acompanhado”.
Durante o encontro, que terminou na quinta-feira, 9 de Maio, foram ainda debatidas questões como o impacte ambiental da suinicultura ou os desafios da sucessão geracional num negócio que em Portugal se mantém eminentemente familiar.
O presidente da Federação das Associações de Suinicultores pediu mais agilidade na aprovação dos planos de gestão de efluentes e nos licenciamentos, aludindo a “interesses contrários à produção”, nomeadamente no “mundo dos adubos e dos fertilizantes sintéticos e outro tipo de investimentos” que estão “a levantar problemas”. Para Vítor Menino, o país tem área, clima, água e saber para tornar possível a expansão da produção suinícola.

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