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Estudantes de Direito da região não pensam regressar às origens para trabalhar
Joana Faria, Inês Gamito, João Diogo e João Azevedo não querem trabalhar na região

Estudantes de Direito da região não pensam regressar às origens para trabalhar

Quatro jovens ribatejanos fizeram parte da organização da segunda edição do Moot Court Português de Direito da Concorrência e reconhecem que depois do curso concluído as melhores oportunidades de trabalho estão nas grandes cidades.

João Diogo, de Santarém, João Azevedo, da Lapa (Cartaxo), Joana Faria, do Entroncamento, e Inês Gamito, de Torres Novas, sentem uma forte ligação ao Ribatejo mas não se vêem no futuro a regressar às origens para trabalhar. Os jovens estudantes da Universidade Nova de Lisboa fizeram parte do restrito grupo que organizou a terceira edição do Moot Court Português de Direito da Concorrência. Uma iniciativa que decorreu entre 3 e 5 de Maio em Santarém, no Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão e que, este ano, não contou com nenhum participante da região.
João Diogo, 25 anos, no segundo ano de doutoramento, confessa que muitos jovens até gostavam de voltar à sua região para viver e trabalhar, mas a verdade é que as melhores oportunidades estão na capital. “No meu caso, por exemplo, pretendo seguir docência e investigação e isso só é possível em Lisboa, onde se concentram as universidades”, afirma.
A mesma opinião é partilhada por João Azevedo, 23 anos, que está no 2º ano de mestrado, Joana Faria, 20 anos, no 3º ano da licenciatura, e Inês Gamito, 19 anos, no 2º ano da licenciatura. Tudo depende da área que se pretende seguir, ressalvam. “Se queremos ir para advocacia, apesar de haver várias oportunidades em Lisboa, não é completamente descabido trabalhar noutra região do país”, diz Joana, que confessa estar mais interessada na parte do Direito Internacional e Europeu.
Se João Diogo, João Azevedo e Inês Gamito não pensaram ainda muito sobre a maior dificuldade que vão enfrentar quando chegarem ao mercado de trabalho, já Joana Faria garante que o pior é realmente o número de alunos que saem das universidades todos os anos com o curso de Direito na mão. Mas, garante, se os estudantes forem persistentes e tiverem capacidades para progredir, irão chegar certamente onde querem. “Acho que a melhor forma é mesmo não pensar muito nisso e focarmo-nos mais nos nossos objectivos. Caso contrário, vamos ficar afectados negativamente e não é nada bom”, defende.

Jovens não falham com roupa formal
Este é a primeira vez que a maioria faz parte da organização deste evento. João Diogo é o veterano nestas andanças. Conta que há sempre imprevistos, sobretudo devido ao nervosismo dos participantes e à logística do espaço, mas ao longo das várias edições do Moot Court Português de Direito da Concorrência correu sempre tudo como planeado. O fato e gravata nos homens e os saltos altos nas mulheres são obrigatórios neste evento, mas até nisso os jovens têm cumprido, respeitando o rigor e formalismo deste evento.
O Moot Court Português de Direito da Concorrência é um evento, que já vai na terceira edição, e pretende colocar os estudantes em contacto com advogados, juízes e outros agentes da justiça e partes nos processos e mostrar os seus conhecimentos numa simulação de caso judicial inventado. Este ano, o caso em competição envolvia uma associação de consumidores de velas e acendalhas. O caso hipotético chegou a tribunal após uma denúncia à Autoridade da Concorrência sobre a existência de um cartel entre os distribuidores de velas.

Estudantes de Direito da região não pensam regressar às origens para trabalhar

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