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Coros de Alcanena e Tomar estão a ganhar nova vida
Grupo Coral de Cem Soldos

Coros de Alcanena e Tomar estão a ganhar nova vida

Entusiastas de várias gerações estão a dinamizar projectos. O MIRANTE esteve num encontro de coros, em Alcanena, que decorreu na noite de sábado, 8 de Junho, na Igreja de Santa Maria Mãe de Deus, em Alcanena, e falou com os protagonistas.

Grupo Coral Dominical de Covão do Coelho
Grupo Coral Dominical Estrela Guia de Vale Alto (Alcanena

As igrejas são cada vez menos frequentadas e muitos coros continuam a morrer. Mas em Vale Alto, concelho de Alcanena, e em Cem Soldos, concelho de Tomar, parece estar a acontecer o contrário. Tudo graças a grupos de pessoas de várias gerações que gostam de música e decidiram dar nova vida a coros onde outrora alguns já cantaram.
O MIRANTE aproveitou o concerto de Consagração a Santa Maria Mãe de Deus, que decorreu na noite de sábado, 8 de Junho, na Igreja de Santa Maria Mãe de Deus, em Alcanena, para falar com os protagonistas.
Teresa Alcobia, maestrina do grupo, Grupo Coral de Cem Soldos, Tomar, vai dando as últimas indicações enquanto esperam pelo início do evento. Nesse dia vão actuar com mais oito coros perante uma igreja quase vazia. Vestidos de forma simples, de camisa branca e calças pretas, o coro, com elementos entre os 17 e os 70 anos, vão cantar duas músicas sacras do seu repertório. “Nós cantamos desde o clássico ao mais popular. Agarramos nas músicas e depois damos novas roupagens”, diz a maestrina de 57 anos.
Foi há trinta anos que o Grupo Coral de Cem Soldos fechou portas. Na altura, Teresa Alcobia já fazia parte do coro e admite que o bichinho nunca mais a largou. Até hoje. Um ano após a sua reactivação, o coro da aldeia do Festival Bons Sons vive da paixão dos seus dezassete elementos pela música, mas sobretudo pela sua juventude. É no ATL de Cem Soldos que todas as quartas-feiras à noite se encontram para ensaiar e conviver. “Normalmente ensaiamos durante hora e meia e depois vamos sempre petiscar ou beber alguma coisa. Aqui não falta diversão”, refere Teresa.
Avançamos para o lado direito da igreja até ao Grupo Coral Dominical Estrela Guia de Vale Alto, concelho de Alcanena. Vestidos descontraidamente de calça e casaco preto e com um lenço azul claro ao pescoço, vão cantando as últimas notas antes do início do concerto. Há diversos jovens no grupo. António Inácio vai dando indicações aos cantores. Aos 63 anos, é maestro e responsável deste coro que tem apenas três anos. “O coro já existia e era composto por senhoras que cantavam na missa. Mas não estava devidamente organizado nem era activo. Foi por isso que decidi pegar nele e dar-lhe nova vida”, conta o maestro.
Composto por vinte elementos, com idades compreendidas entre os 10 e os 80 anos, o Grupo Coral de Vale Alto apresenta um repertório muito centrado na música sacra, mas com um ar de inovação, ao ser acompanhado por duas violas e um órgão. Os ensaios decorrem todas as noites de sexta-feira. “Este é realmente um grupo com muita malta jovem também porque temos tido o cuidado de meter gente nova para rejuvenescer o coro”, adianta António.

O nervoso miudinho do coro de Covão do Coelho
O início do concerto já vai atrasado cinco minutos e o nervoso miudinho de quem canta já começa a sentir-se. Desta vez, mesmo ao lado do Grupo Coral de Cem Soldos, com apenas uma camisa branca e laço azul garrido ao pescoço, está Maria Rosa Neto, 60 anos, maestrina do Grupo Coral Dominical de Covão do Coelho, Alcanena.
O coro, composto por vinte elementos, com idades entre os 25 e os 81 anos, e que canta apenas música sacra, já tem uma história de vida de mais de cinquenta anos. Os ensaios decorrem normalmente antes das missas e dos eventos especiais. “O nosso maior problema é mesmo nestes encontros de coros, porque nunca ninguém quer vir e depois contamos com poucas pessoas”, lamenta a maestrina, apontando o nervosismo como outro dos inimigos do coro. “Já aconteceu ficar inclusive sem voz, tal como outros elementos do grupo, e isso é terrível. Mas conseguimos sempre resolver. O importante é a entreajuda”, conclui.

Coros de Alcanena e Tomar estão a ganhar nova vida

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