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Secção Náutica da UD Vilafranquense quer virar a cidade para o rio
A Secção Náutica da União Desportiva Vilafranquense treina vela todos os sábados nas águas do Tejo

Secção Náutica da UD Vilafranquense quer virar a cidade para o rio

Dona de ventos oscilantes e de uma maré invejável, Vila Franca de Xira é um diamante em bruto para a prática de vela. A modalidade está a atrair cada vez mais jovens para as águas do Tejo.

Todos os sábados, embarcações à vela dão cor e movimento ao rio Tejo, em Vila Franca de Xira. Os velajadores são alunos da Secção Náutica da União Desportiva Vilafranquense que já aprenderam em terra a desenrascar-se na água. “Sabem aparelhar o barco e a função de cada cabo, porque lá dentro tudo faz falta”, começa por dizer a O MIRANTE João Leonardo. É presidente da direcção da secção náutica há um ano, mas começou como aluno. “Este é um desporto fascinante que nos permite desfrutar da paisagem e de uma sensação de liberdade e, ao mesmo tempo, desenvolver a nossa autonomia e poder de concentração”, salienta.
Esta secção do União Vilafranquense conta actualmente com duas dezenas de praticantes, sendo que 60 por cento são adultos. Os mais novos podem iniciar a prática a partir dos sete anos e têm “obrigatoriamente que saber nadar”, o resto “aprende-se com o tempo”, diz o dirigente.
João Real é um dos alunos mais jovens. Tem 15 anos, é de Vila Franca de Xira e pratica vela ligeira há três anos. Começou por vontade própria, diz a O MIRANTE. “Estava a passear aqui - no Jardim Constantino Palha - e parei a olhar outros velejadores. Fiquei tão fascinado que decidi experimentar”, conta.
Estuda durante a semana e treina aos sábados. Garante que este é um desporto fácil de conciliar com a escola e que lhe traz inúmeros benefícios. “A vela é o meu escape para fugir aos problemas e ao stress dos testes. É no rio que me acalmo e que treino o meu nível de concentração”, diz. João Real não sabe ainda se quer entrar para o desporto de competição, mas já sabe “fazer tudo sozinho”, desde aparelhar o barco, às manobras que tem que ajustar consoante a direcção do vento.
A seu lado está Francisco Silva, o velejador mais novo da equipa. Tem apenas oito anos e já veleja sozinho rio a dentro, num Optimist - barco de iniação à vela. Com o seu ar reguila diz que se sente um marinheiro e que não tem medo, nem quando a corrente está brava e o vento ameaça virar o veleiro. “Já sei o que fazer nessas situações e a professora está sempre por perto para me ajudar”, refere.
Os treinos são aos sábados, normalmente entre as 9h00 e as 13h00. Mas tudo depende do vento e da maré. “Aqui em Vila Franca de Xira temos a sorte de ter mais tempo de maré alta do que no outro lado do Tejo, o que faz com que aqui o rio seja navegável durante mais tempo”, salienta João Leonardo. E se a maré é “especial”, o vento teima em soprar de “rajada”, devido à “geografia irregular” da cidade. “Não é perigoso, mas assusta mais os miúdos”, afirma.
Várias vezes por mês esta secção náutica promove treinos conjuntos com outros clubes, num espírito de competição saudável. As ambições futuras não passam para já por treinar atletas de alta competição, mas captar mais praticantes. “Este não é um desporto de elite, como as pessoas pensam. Aqui disponibilizamos tudo, desde as embarcações aos coletes salva-vidas e a mensalidade não ultrapassa dos 30 euros” (20 para menores de 18 anos), explica, acrescentando que quem tiver interesse pode experimentar sem compromisso.

Vila Franca de Xira tem um potencial enorme
A cidade ribatejana tem “um enorme potencial para o desenvolvimento do turismo e desporto náutico”. A opinião é de João Leonardo que lamenta que os vilafranquenses estejam mais desligados do rio, comparativamente ao passado. Lembra as regatas que se faziam entre Vila Franca e Lisboa, uma actividade que vai ser recuperada este ano, com a realização de regatas entre a Ponte Marechal Carmona e a Ponte da Lezíria. “Vai ser um programa para toda a família, com almoços de convívio no final. A ideia é voltar a aproximar a população do rio e incutir-lhes o gosto pela vela”, sustenta o dirigente.
João Leonardo diz estar convicto da potencialidade de Vila Franca de Xira para o desenvolvimento do turismo náutico e quer fazer da marina uma “segunda porta de entrada para a cidade”. “Temos condições excepcionais, uma marina abrigada e todos os serviços que são precisos para quem vive dentro de um barco, como supermercados, restaurantes, transporte ferroviário, tudo muito próximo da margem do rio”, afirma. Actualmente a marina vilafranquense, gerida por esta secção náutica tem 70 por cento da sua taxa de ocupação.

Secção Náutica da UD Vilafranquense quer virar a cidade para o rio

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