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Moradores da Chasa não querem amianto nos telhados
Carlos Cruz é o rosto principal de um movimento que está a nascer na Chasa contra as telhas de fibrocimento

Moradores da Chasa não querem amianto nos telhados

Receiam riscos que as telhas de fibrocimento dos prédios possam representar para a saúde. Problema não tem solução à vista.

Alguns moradores do bairro da Chasa, em Alverca do Ribatejo, temem pela sua saúde devido à elevada quantidade de telhas em fibrocimento existentes nos prédios da zona. Tudo porque o fibrocimento contém amianto, uma substância potencialmente cancerígena.
Os edifícios foram construídos no final da década de 70 pela Cooperativa de Habitação Económica de Alverca (Chasa) num período em que as preocupações com os riscos do amianto não existiam. As telhas têm tido pouca ou nenhuma manutenção ao longo dos anos e algumas estão já rachadas e partidas, segundo explicam moradores, o que a acontecer constitui risco para a saúde pública.
Carlos Cruz reside na Chasa há 19 anos e tem sido um dos rostos que mais tem alertado publicamente para a situação. Vivem centenas de famílias no bairro e Carlos diz que é preciso que alguma entidade ajude os moradores, a maioria idosos e de baixos rendimentos, e que seja avaliado o estado em que os telhados se encontram. “Há certamente telhas partidas a libertar amianto porque não resistem para sempre e sofrem danos e deterioração. Queremos acima de tudo sensibilizar a câmara para que nos possa ajudar na remoção das telhas, depois os condomínios pagariam o resto. Este é um problema que as pessoas vão protelando”, lamenta a O MIRANTE.
Actualmente há fundos comunitários para ajudar em obras deste tipo no âmbito das operações de regeneração urbana, mas apenas para os centros históricos, o que não é o caso.
O morador anda a alertar consciências há dois anos e promete não desistir. No bairro funciona também o jardim-de-infância nº3 de Alverca, cujas telhas de fibrocimento foram substituídas no último ano pela câmara. Mas do outro lado da rua o problema mantém-se nos prédios que ali existem. Foi “tapar o sol com uma peneira”, diz Rui Nunes, outro morador da zona.

Junta preocupada
A situação não é novidade para o presidente da Junta de Freguesia de Alverca do Ribatejo e Sobralinho que lembra que a Chasa é um dos locais já identificados como local de risco no que ao amianto diz respeito. “Estão identificadas diversas situações que já foram encaminhadas para as entidades competentes. Sendo casas de uma cooperativa particular não sei como será feita a remoção, mas evidentemente fico preocupado. Há sempre um risco e é preciso fazer uma avaliação para que haja a segurança de toda a gente”, defende Carlos Gonçalves a O MIRANTE.
A direcção da Cooperativa de Habitação Económica de Alverca diz ter tido conhecimento do problema através do nosso jornal e afirma não ter “informação suficiente nem conhecimentos” que lhe permitam avalizar tal situação.
“Todos os prédios são pertença dos moradores e melhor que ninguém eles sabem se têm ou não telhas quebradas. Mas podemos adiantar que em nenhum dos prédios existe degradação seja de que natureza for, pois os condomínios existentes são exigentes nas suas condições de habitabilidade”, defende aquela entidade, que diz não ser da sua responsabilidade resolver o problema.
Já a Câmara de Vila Franca de Xira diz também não deter responsabilidades directas no bairro. É dona de algumas fracções que estão atribuídas no âmbito da habitação social mas a postura do município é, nesses casos, de se assumir como mero condómino. Explica, no entanto, que está sempre disponível para colaborar no encontrar de soluções.

Moradores da Chasa não querem amianto nos telhados

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