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Família despejada pelo tribunal quer que Câmara de Benavente lhe arranje casa
Amélia Grazina não sabe onde vai dormir com a filha no final do mês

Família despejada pelo tribunal quer que Câmara de Benavente lhe arranje casa

Munícipe reclama soluções por parte da autarquia. Presidente da câmara diz que em breve vai ser aberto um concurso para atribuição de dez fogos de habitação social ao qual a família pode concorrer.


A habitar na casa do ex-marido, em Benavente, Amélia Grazina e a filha foram alvo de uma ordem de desocupação do imóvel emitida pelo tribunal. Na luta por uma solução de alojamento, a mulher de 60 anos foi à última reunião do executivo camarário pedir que lhe fosse atribuído um fogo municipal, ameaçando ir protestar junto aos paços do concelho.
Amélia Grazina, divorciada e desempregada, não esconde a angústia de não saber para onde irá morar depois de ser despejada, o que diz que irá acontecer até final de Março. “Estão a pôr-me na rua. Já me foi dado um ultimato, não tenho como escapar. Estou desesperada e foi isso que me trouxe aqui”, disse a mulher em lágrimas.
O presidente do município, Carlos Coutinho (CDU), mostrou complacência com a situação mas não deixou garantias de que a autarquia lhe assegure um fogo municipal. Segundo informou, há cerca de dez habitações da câmara para atribuir que vão estar a concurso nos próximos dois meses. Amélia poderá concorrer e, perante as suas condições socio-económicas, há boas probabilidades de lhe ser cedida uma das casas.
“Vou pôr-me à porta da câmara”
Não conformada com a solução que lhe foi apresentada, por não lhe dar garantias de que terá um tecto para viver, Amélia Grazina questionou o porquê de, noutros casos, a autarquia ter atribuído provisoriamente habitações. A mulher referia-se, nomeadamente, ao casal de idosos que foi realojado provisoriamente pelo município, depois de a casa onde moravam ter ardido por completo, tal como O MIRANTE deu nota em Janeiro último. “Não tenho direito a realojamento? Então vou pôr-me à porta da câmara”, atirou em desespero.
A ordem de desocupação da habitação chegou em Dezembro do ano passado e o ex-marido é quem tem permitido continuidade da estadia da família, detalha a mulher. O problema, diz Amélia, é que agora uma filha do ex-marido veio exigir que deixem definitiva e rapidamente a habitação. Neste momento a mulher diz ter recursos para assegurar dois meses de uma renda baixa numa casa, que não sabe se vai conseguir encontrar no mercado, mas dada a situação de desemprego é inevitável que fique “outra vez na corda-bamba”.
A vereadora com o pelouro da habitação, Catarina do Vale (CDU), esclareceu que acções de despejo não são passíveis de realojamento e que só em casos excepcionais e previstos na lei é que o município atribui, provisoriamente, fogos sociais. Por esse motivo, foi sugerido pelos serviços de Acção Social que Amélia Grazina e a filha fossem temporariamente para uma instituição que dá resposta a situações de emergência social.
Florbela Parracho, vereadora socialista na bancada da oposição, considerou indecente que se invoque a lei num caso destes, defendendo que a câmara deveria abrir uma excepção já que tem habitações disponíveis.

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