Os moradores mais próximos da Ribeira do Valverde, em Azambuja, voltaram a sentir nos últimos dias os maus cheiros causados por descargas poluentes que acreditam ser provenientes de explorações pecuárias. As queixas continuam a chegar à câmara municipal e Junta de Freguesia de Azambuja e o Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente (SEPNA), da GNR, já fiscalizou e sinalizou várias empresas por suspeita de procederem a descargas ilegais, mas o problema arrasta-se sem solução.
O odor intenso e desagradável sente-se sobretudo em dias de mais calor, na zona junto à ponte pedonal, na entrada sul da vila, onde é visível a alteração da coloração da água após as descargas. Rogério Faria tem sido um dos moradores que mais se tem queixado da poluição naquele curso de água e da falta de acção das entidades. “Quando há descargas a água fica travada porque a ribeira não está limpa e cria-se ali um depósito de cheiro a estrume. É um problema que não se resolve”, conta.
Perante novas queixas, a presidente da junta de freguesia, Inês Louro, diz que o problema está na “falta de fiscalização efectiva”, pois é preciso as autoridades actuarem no momento em que acontecem as descargas. “Em matérias de ambiente tem de ser dessa forma, senão nunca conseguimos travar a poluição e isso infelizmente não acontece”, refere.
O presidente da Câmara de Azambuja, Luís de Sousa, já tinha dito que uma das explorações pecuárias daquela zona havia sido identificada e notificada pelas autoridades. Em reuniões públicas do executivo camarário, sempre que há queixas, o autarca também tem referido que a ribeira tem sido alvo de acções de limpeza por parte dos serviços municipais.