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Ribeira de Santarém é uma pechincha para os investidores imobiliários
Eduardo Gomes foi um dos investidores naquela zona ribeirinha de Santarém, onde há muito casario degradado para recuperar

Ribeira de Santarém é uma pechincha para os investidores imobiliários

Nos últimos quatro anos 57 edifícios na Ribeira de Santarém foram adquiridos por portugueses e estrangeiros. Mediador imobiliário João Pimenta adianta que a Ribeira de Santarém tem o metro quadrado mais barato na faixa ribeirinha do Tejo entre Lisboa e Abrantes, o que explica, em parte, a muita procura.

Nos últimos quatro anos tem-se assistido a uma vaga de compra de moradias, armazéns, adegas e outros edifícios na Ribeira de Santarém por parte, sobretudo, de pessoas residentes em Lisboa e de estrangeiros. Segundo João Pimenta, mediador imobiliário em Santarém, o que mobilizou mais os compradores foi a proximidade com o rio Tejo, a estação ferroviária de Santarém e a carga histórica da localidade e dos próprios edifícios, alguns deles com inscrições em latim e azulejos muitos antigos.
A O MIRANTE João Pimenta adianta que, neste momento, a Ribeira de Santarém tem o metro quadrado mais barato em zonas à beira-rio, entre Lisboa e Abrantes. “Este é um diamante ainda por delapidar e, até ver, continua a ser uma pechincha investir nesta zona”, garante. O mediador imobiliário lamenta apenas que a população não saiba valorizar a Ribeira de Santarém e que o processo desde a compra à requalificação do edifício obrigue a muita burocracia e acabe por demorar anos.
João Pimenta refere que desde 2016 já foram adquiridos 57 imóveis por portugueses e pessoas de outras nacionalidades, entre australianos, belgas, franceses, sul africanos, brasileiros, angolanos e romenos. Há ainda nove imóveis com acordos de venda e que aguardam apenas a escritura. Quem vende, na sua maioria, são pessoas que herdaram edifícios já em mau estado e que se querem desfazer desse património. Quem compra, procura maioritariamente casas de fim-de-semana, para reabilitar e revender ou para projectos de alojamento local.
É o caso de Eduardo Gomes, residente em Santarém, que adquiriu dois imóveis que se encontram com obras a meio gás e um prédio mesmo em frente à passagem de nível, de que vai assinar a escritura nos próximos dias.
Eduardo Gomes já tinha herdado uma moradia de familiares que decidiu transformar em alojamento local. O engenheiro que lidera a empresa Lusiprojecto – Soluções em Engenharia, Lda., em Santarém, diz que a Ribeira de Santarém é uma zona ainda por explorar e que está bem localizada, a cerca de 40 minutos de Lisboa. Para Eduardo Gomes, o facto da estação ferroviária se situar ali é algo positivo, tal como acontece na cidade do Entroncamento e na zona da Expo, em Lisboa, que tem a Gare do Oriente. “É óbvio que a nível do ruído dos comboios limita, mas também acontece em várias ruas em Santarém pela passagem de autocarros e veículos a toda a hora”, considera.
O investidor diz que, nesta fase, como ainda não existe muita especulação imobiliária, consegue-se ter uma relação interessante em termos de retorno do investimento entre o custo de aquisição e as rendas que se podem gerar. “Quem tiver um bocadinho de mundo reconhece logo à partida todo o potencial deste território”, afirma, garantindo que, tal como no centro da cidade, na Ribeira de Santarém também há dificuldade de se encontrar uma casa para arrendar.

Moradores vêem com bons olhos interesse na Ribeira
Os habitantes, na sua maioria idosos, vêem com bons olhos a compra e requalificação de imóveis numa localidade com muito casario degradado ou mesmo em ruínas, mas lamentam que os compradores não pensem em ir viver para a terra. Lúcia Carreira, 56 anos, vive na Ribeira de Santarém desde que nasceu. Lembra que há meio século a localidade tinha cerca de dois mil habitantes e havia mercearias, tabernas e diversas adegas. “Havia um movimento que era uma coisa doida. Agora é o que se vê”, desabafa.
Também Luís Moreira, 65 anos, lembra a Ribeira de Santarém de antigamente e admite a necessidade de a autarquia continuar a requalificar espaços, como acontecerá brevemente com a Praça Oliveira Marreca (ver caixa). Nuno Sá, 48 anos, residente na Ribeira de Santarém desde que nasceu, confessa que é caro para as pessoas que ali vivem adquirir um imóvel, mas reconhece que para os de fora é tudo muito barato.

Praça Oliveira Marreca vai para obras

A empreitada de requalificação da Praça Oliveira Marreca, na Ribeira de Santarém, foi adjudicada pela Câmara de Santarém à empresa Miraterra – Obras Públicas, Lda., no dia 30 de Junho, pelo valor de 224.739 euros mais IVA. A intervenção visa beneficiar e valorizar o espaço público da principal praça da localidade ribeirinha.

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