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“Fazer cocktails não é só mandar garrafas ao ar”
A área de bar é a verdadeira paixão de Diogo Oliveira

“Fazer cocktails não é só mandar garrafas ao ar”

A área de Restaurante/Bar é delicada e exige estudo, domínio da técnica, mas sobretudo gosto em lidar com os clientes. Quem o diz é Diogo Oliveira, formador na Escola Profissional do Vale do Tejo, em Santarém, desde 2013. Um apaixonado pelo “métier” que todas as semanas estuda para acompanhar as novidades do sector.

Diogo Oliveira, 33 anos, nasceu em Vila Franca de Xira e reside em Foros de Salvaterra. Na infância viveu alguns anos em Samora Correia, onde a avó materna, que já faleceu, tomou conta de si até entrar na escola primária. Frequentou o ensino secundário também em Samora tendo optado no 12º ano pela Escola Profissional de Salvaterra de Magos. Foi lá que tirou os cursos de Cozinha/Pastelaria e Restaurante/Bar, que hoje lecciona na Escola Profissional do Vale do Tejo (EPVT), em Santarém. Entre estágios e empregos passou por sítios como o hotel Le Méridien (hoje InterContinental), na Rua Castilho, em Lisboa, o Clube de Pólo em Santo Estêvão, Benavente, ou um resort junto à barragem de Montargil, Ponte de Sôr. Actualmente, além das aulas, também ajuda no restaurante típico Pátio da Aldeia, em Santo Estêvão, na área de bar que é a sua verdadeira paixão.
Começou a dar formação na EPVT em 2013 e nota que os jovens que chegam para o curso de Cozinha/Pastelaria vêm influenciados pelos programas de culinária e pelos chefs cada vez mais mediáticos. Já os alunos de Restaurante/Bar “pensam que vêm fazer cocktails e mandar garrafas ao ar”, diz entre risos, acrescentando logo de seguida que há muita teoria a aprender. No serviço de bar é preciso ter conhecimento técnico sobre os materiais a usar, as bebidas e as famílias das bebidas. “Criar um cocktail exige muito estudo e muitos ensaios”, garante.
“Aqueles que chegam apenas para concluir o 12º ano não estão para estar a servir à mesa, de pé muitas horas, ou para falar com o cliente e a cozinha acaba por ser um refúgio”, garante o docente para quem a área de Restaurante/Bar é uma profissão delicada da qual é preciso gostar, saber falar com os clientes e antecipar as suas necessidades.
Diogo Oliveira reforça que a formação faz toda a diferença. “Qualquer pessoa pode abrir num cantinho um restaurante, mas sem a formação certa não vai dar bom resultado. Pode até saber gerir as contas lá de casa, mas um restaurante é diferente. Há responsabilidade. O cliente está a pagar por um serviço (comida e mesa) e tem que haver uma harmonia nos dois. A comida até pode ser boa, mas se o serviço não for, pensa duas vezes antes de voltar. Se o serviço for mau e a comida também, certamente não volta”, explica.
Foi exactamente a pensar na melhor formação possível para os seus alunos que a EPVT abriu o restaurante Claustrum, um restaurante pedagógico em que os alunos têm contacto com “clientes a sério”. “Só assim sentem a responsabilidade e a adrenalina como se estivessem no mercado de trabalho”, garante o formador.
Mas não são apenas os alunos quem tem que estudar. Diogo Oliveira confessa que estuda algo novo todas as semanas e acompanha as novidades de bar nas redes sociais. Assim pode informar os alunos num campo que está em constante evolução e mudança de tendências. Exemplo disso é a quantidade de gins nacionais agora disponíveis no mercado. “Já lhes perdi a conta”, graceja Diogo, acrescentando que trabalha com a marca Gotik, a qual ajuda na elaboração de bebidas e produção de cocktails.
A cozinha fica só para a família e para os amigos, mas normalmente é um “departamento” por conta da sua companheira, formadora de Cozinha/Pastelaria também na EPVT. “Quando seguimos esta área, a família ou nos compreende e nos segue ou deixa-nos de parte. Não existe Natal, nem passagens de ano em casa, dia dos namorados… épocas festivas em geral. Nem eu nem a minha companheira ligamos a datas e por isso damo-nos bem”, diz.
Dos tempos antes da pandemia sente saudades dos passeios em família, com a companheira, o filho de quatro anos e o enteado de 15. Sente também falta dos projectos de mobilidade de staff, uma espécie de Erasmus para professores, através dos quais já conheceu países como a Dinamarca, Finlândia, Itália ou Espanha.

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