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Rua aos ziguezagues na Golegã  é uma dor de cabeça para os moradores
Moradores da rua D. Elisa Bonacho não gostaram das alterações feitas ao trânsito pela Câmara da Golegã e avançam para um abaixo-assinado

Rua aos ziguezagues na Golegã  é uma dor de cabeça para os moradores

Os moradores da rua D. Elisa Bonacho estão descontentes com as alterações que o município realizou recentemente na via. A artéria está repleta de traços contínuos que proíbem a paragem e o estacionamento. A circulação automóvel passou a ser de sentido único e tem de ser realizada aos ziguezagues. “Um disparate” é a expressão mais usada pelos habitantes ouvidos por O MIRANTE.


A rua D. Elisa Bonacho, na Golegã, pode muito bem ser considerada um fenómeno em termos de circulação automóvel. As recentes alterações que o município realizou na via, que passou a ser de sentido único, têm-se revelado uma dor de cabeça para os moradores que as classificam como um “autêntico disparate” que só serviu para dificultar a vida a quem ali mora.
Circular naquela rua é, segundo os residentes, como andar num carrossel. A cada 50 metros, e ao longo de cerca de 400 metros, os automóveis são obrigados a circular aos ziguezagues, de faixa para faixa, por causa das talhas que ali foram colocadas. Nas extremidades do asfalto, junto aos passeios, foram desenhados ao longo de toda a via traços contínuos, de cor amarela, que proíbem os condutores de parar e estacionar, inclusive à frente das garagens das habitações.
O desagrado é geral entre os mais de 100 moradores da rua. Antes das modificações, todos os habitantes tinham lugares de estacionamento à porta de casa que, não sendo definidos pelas marcas no alcatrão, eram definidos pelo bom-senso de cada condutor. Numa rua que tem mais de meia centena de habitações e em que, regra geral, cada família tem mais de um automóvel, os cerca de 20 lugares agora disponíveis não são suficientes. Os moradores, maioritariamente idosos e com dificuldades de locomoção, são agora obrigados a deixar as viaturas longe das suas casas.
O MIRANTE foi à Rua D. Elisa Bonacho conversar com duas dezenas de pessoas que também se queixam de a autarquia se ter “marimbado” e não lhes ter dado voto na matéria. “Recebemos, na noite anterior ao início das intervenções, uma carta a dizer que tinha sido aprovado em reunião de câmara este disparate que está a ver. E nós, que aqui vivemos, não somos vistos nem achados no assunto”, lamenta um dos moradores.
No edital, assinado pelo presidente José Veiga Maltez, explica-se que o município pretende devolver serenidade e tranquilidade a uma rua com muito tráfego e onde passam veículos a alta velocidade. Segundo os moradores, a emenda foi pior do que o soneto: os carros continuam a passar a altas velocidades e agora até brincam como se participassem numa gincana.

Abaixo-assinado na forja
Liliana Sereno é a mais indignada dos populares. A jovem, de 28 anos, sofre de uma doença rara, chamada Síndrome de Sjorgen, que lhe tira frequentemente o movimento dos braços e das mãos. Tem evitado ir ao supermercado porque, diz, é quase certo que não vai encontrar estacionamento ao pé de casa e não tem forças para carregar os sacos durante centenas de metros. O seu estado de saúde dá-lhe direito a um lugar de estacionamento para deficientes. Já tentou falar com os serviços municipais para darem seguimento ao processo, mas até agora não foi ouvida.
Com um problema idêntico, Adão Machado já se queixou ao município por mais que uma vez, mas, afirma, “não quiseram saber”. Adão é cuidador de um idoso que tem muitas dificuldades de movimento e a falta de lugares de estacionamento obrigou-o a suspender permanentemente os passeios que faziam parte das suas rotinas diárias. “Esperamos, sinceramente, que façam alguma coisa por nós. Esta situação é incomportável”, garante.
A insatisfação dos habitantes da rua D. Elisa Bonacho vai ter novos contornos. Os moradores afirmam a O MIRANTE que estão a juntar esforços para entregarem um abaixo-assinado ao município de forma a verem os seus problemas resolvidos.

Rua aos ziguezagues na Golegã  é uma dor de cabeça para os moradores

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