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Um século de vida recheado de memórias e alegrias
foto DR Maria de Jesus Pereira celebrou 100 anos a 19 de Março e visitou o Lar de Santo António, em Santarém, onde viveu na infância e adolescência

Um século de vida recheado de memórias e alegrias

Maria José Pereira celebrou 100 anos a 19 de Março, no Lar de Santo António, em Santarém, onde viveu parte da sua infância e juventude.

Apoiada numa bengala, Maria José Pereira atravessa o portão azul do Lar de Santo António, no centro histórico de Santarém. Vestida de preto, a sua figura franzina e cabelos brancos sobressai pela agilidade com que se movimenta. Maria José acalentava há vários anos o sonho de visitar a casa onde viveu entre os 7 e os 20 anos. Os sobrinhos, Beatriz e Vítor Duque, fizeram-lhe a surpresa no dia em que comemorou um século de vida, a 19 de Março. A directora da instituição, Emília Rufino, recebeu-a e mostrou-lhe o livro onde estava registada a data de entrada e saída de Maria José do Lar de Santo António, mais conhecido por Lar das Raparigas.
A centenária não escondeu a emoção e mostrou que a memória está boa. O único problema é a audição, que já vai falhando. Sentada numa cadeira numa sala de entrada, que no seu tempo não existia, recorda todas as divisões da casa como se ali estivesse estado no dia anterior. No Lar das Raparigas aprendeu tudo. “Saí daqui a ser uma boa dona de casa e uma boa modista. Fui muito feliz aqui”, confessa a O MIRANTE, acrescentando que ajudava à missa na Igreja da Graça e cantava no coro.
Maria José é natural da Ribeira de Santarém e teve que ir para o lar depois do seu pai ter falecido e de a mãe não ter capacidades financeiras. Sempre manteve uma boa relação com a mãe que a ia visitar. Quando saiu, casou e viveu em Angola, onde tinha uma mercearia. Depois da revolução de 25 de Abril de 1974 regressa a Portugal, mas por pouco tempo. Familiares do marido desafiam o casal para ir viver para os Estados Unidos da América e foram para Ludlow, em Massachusets. Maria José continuou o seu trabalho de costureira. “Fui muito feliz em todos os países onde vivi”, afirma.
Regressou a Portugal há 35 anos. Viúva, vive actualmente com os sobrinhos no Alto do Vale. Diz que o segredo para uma vida longa é trabalhar muito. No refeitório do lar esperam-na as crianças e jovens que vivem na instituição e também funcionários. Prepararam-lhe um bolo de aniversário e cantaram-lhe os parabéns. No final visitou as instalações e saiu feliz por ter cumprido o seu sonho.

Um século de vida recheado de memórias e alegrias

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