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Histórias a quem a pandemia tirou o sonho de um futuro melhor
Pedro Vicente e Vânia Cardoso

Histórias a quem a pandemia tirou o sonho de um futuro melhor

Vânia Cardoso e Pedro Vicente são dois desempregados do concelho de Vila Franca de Xira que estiveram presentes no Fórum para a Empregabilidade, realizado pela primeira vez pelo município. Ambos largaram os seus trabalhos atrás do emprego de sonho, mas a pandemia trocou-lhes as voltas e agora só querem uma ocupação para pagarem as despesas.

Vânia Cardoso trabalhava como recepcionista no Museu da Cerveja, em Lisboa, quando se despediu, em Janeiro deste ano, para criar a sua empresa na área das limpezas. O confinamento trocou-lhe as voltas e o sonho acabou sem dinheiro, sem comida, sem alternativa. Valeu-lhe os serviços sociais da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira que lhe arranjaram apoio alimentar e ajudaram-na a obter o Rendimento Social de Inserção (RSI), que pelo menos dá para pagar a renda da casa da imigrante brasileira, de 50 anos, que veio para Portugal em 2013 à procura de uma vida melhor.
Enquanto percorria o primeiro Fórum para a Empregabilidade, promovido pela Câmara de Vila Franca de Xira, Vânia Cardoso desabafava que se sente mal psicologicamente, perdida e angustiada por não ter formação qualificada, o que pode dificultar a entrada no mercado de trabalho.
Apesar de continuar focada em lançar a sua própria empresa, Vânia Cardoso esteve atenta às propostas das seis empresas que marcaram presença no evento para divulgar as suas ofertas de trabalho. Se conseguir um emprego a imigrante tem outro objectivo:fazer uma formação nas áreas do comércio e de gestão de stocks.
Pedro Vicente, 46 anos, também se despediu da empresa onde trabalhava há mais de 20 anos e há um ano e meio fez o percurso contrário ao de Vânia Cardoso e emigrou para o Brasil. O residente no Cabo de Vialonga queria assentar arraiais em São Paulo e trabalhar na área da logística, mas viu-se obrigado a regressar a Portugal com a degradação das condições provocada pela pandemia.
Pedro Vicente percorreu o espaço da Sociedade Filarmónica Recreio Alverquense, em Alverca, onde decorreu o fórum, em mais uma tentativa de arranjar um trabalho que lhe tem vindo a escapar apesar de estar inscrito “em várias empresas de trabalho temporário”. Até agora nunca foi contactado para ir trabalhar nem que seja uma semana. Está também inscrito no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) a ver se consegue encontrar um trabalho em qualquer área apesar de ter experiência na área da logística.

Pandemia duplicou o número de desempregados em Vila Franca de Xira
O fórum surge um ano após a criação da Rede da Empregabilidade, implementada pela autarquia e um conjunto de parceiros, visando “ajudar as pessoas mais vulneráveis a encontrar ocupação e a dar-lhes formação para que possam integrar os postos de trabalho necessários no concelho”, conforme explicou a O MIRANTE o presidente da câmara, Alberto Mesquita. Desde que começou a pandemia de Covid-19, “aumentou o número de pessoas que procura a rede, e estas vão desde as pessoas sem escolaridade às que têm o ensino superior”, refere a vereadora com o pelouro da Acção Social, Fátima Antunes, especificando que a procura subiu para o dobro, embora “a taxa de desemprego fique aquém daquela que se regista em concelhos vizinhos”.
Da rede fazem parte dez empresas do concelho e inicialmente estava destinada a pessoas sem formação. Actualmente, a Rede da Empregabilidade também inclui pessoas com formação superior e a autarquia pretende aumentar o número de empresas parceiras.

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