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Desprezo da banca pelas populações do concelho de VFX é “absolutamente inaceitável”
Populações e autarcas estão revoltados com a decisão de encerramentos e o Forte da Casa vai perder o Montepio, o único balcão que restava

Desprezo da banca pelas populações do concelho de VFX é “absolutamente inaceitável”

Em pleno mês de Agosto, quando a maioria da população está de férias, três bancos anunciaram o encerramento das suas agências na Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa perante a indignação de moradores e autarcas. Desde 2014 encerraram no concelho de VFX doze agências bancárias e outras limitaram o serviço.

Um desprezo completo pelas populações. É desta forma que Alberto Mesquita, presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, reage à recente decisão de três bancos em encerrarem balcões na União de Freguesias da Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa.

A medida, anunciada em Agosto quando a maioria dos moradores está ausente de férias, está a gerar revolta na comunidade e o futuro dos trabalhadores das agências está ainda incerto. Vão encerrar definitivamente este mês os balcões do Santander e do Novo Banco na Póvoa de Santa Iria e o balcão do Montepio no Forte da Casa. Este último era o único balcão de uma agência bancária ainda existente naquela vila. O MIRANTE contactou os bancos em questão para perceber os motivos para o encerramento mas nenhuma resposta nos foi enviada até ao fecho desta edição.

“Estes encerramentos são inaceitáveis e prejudicam directamente milhares de clientes e empresas, sendo também uma enorme falta de respeito para com as populações”, repudiou Alberto Mesquita na manhã de terça-feira, 3 de Agosto, à porta do balcão do Montepio que encerrará portas, acompanhado do presidente da união de freguesias, Jorge Ribeiro.

Alberto Mesquita diz que a medida da banca é de “total desprezo” e falta de vergonha para com as populações, lamentando a falta de racionalidade da medida se for tida em conta a densidade populacional do território. “Estes encerramentos não têm em conta nem respeitam as dinâmicas locais, sociais e empresariais destes territórios”, condena o autarca, ao mesmo tempo que critica os “graves erros de gestão” ocorridos na banca que levaram a que seja a população a pagar a conta.

O presidente do município já escreveu às três entidades bancárias dando nota do descontentamento pela situação e apela a que o Governo possa também ter uma palavra a dizer no sentido de pressionar a banca a manter-se de portas abertas no concelho. “A população residente na Póvoa e Forte da Casa e a sua economia local justificam plenamente a continuidade do funcionamento destas agências bancárias. Não se compreende esta atitude da banca e esta estratégia infame de encerramentos. Estamos perante uma situação muito grave”, critica Alberto Mesquita.

Mais de uma dezena de balcões fechados em sete anos

A União de Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa fica agora servida por quatro balcões bancários, todos situados na cidade da Póvoa. A sangria de balcões no concelho de Vila Franca de Xira já dura, pelo menos, desde 2014, altura em que encerraram ao público os balcões da Caixa Geral de Depósitos em Alhandra, Forte da Casa e Malvarosa, a Caixa de Crédito Agrícola no Sobralinho, o Novo Banco em Alhandra e Póvoa de Santa Iria; o Montepio em Alhandra, Castanheira do Ribatejo e Forte da Casa; o Barclays em Alhandra e o Santander na Póvoa de Santa Iria.

Duas agências do concelho apesar de não encerrarem reduziram serviços e limitaram o atendimento: a Caixa Geral de Depósitos de Vialonga e o Millenium BCP em Alhandra. A tudo isto soma-se a retirada de várias dezenas de caixas multibanco por todo o território.

Sindicato alerta para despedimentos

A maioria dos trabalhadores das agências bancárias que têm encerrado portas por todo o país têm sido alvo de acordos de rescisão por mútuo acordo sem acesso a subsídio de desemprego havendo, em algumas situações acordos para reformas antecipadas e também despedimentos colectivos. Rute Santos, do Sindicato dos Trabalhadores da Actividade Financeira (SINTAF), desconhece até ao momento os acordos existentes com os trabalhadores dos balcões da Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa. Mas a O MIRANTE não tem dúvidas em considerar que o fecho das agências representa “uma grande perda” para a comunidade. Numa audição no Parlamento, na manhã de 29 de Julho, um grupo alargado de sindicatos, onde se incluiu o SINTAF, já havia alertado para um clima de terror e assédio moral na banca.

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