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Joaquim Grave diz que vivemos numa sociedade anti-humanista e num sistema de ditadura
Joaquim Grave

Joaquim Grave diz que vivemos numa sociedade anti-humanista e num sistema de ditadura

O ganadeiro, veterinário e antigo investigador da Estação Zootécnica Nacional no Vale de Santarém, Joaquim Grave, espera que o pedido de registo da corrida de toiros no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial de Portugal seja aceite e sirva para preservar uma arte, numa sociedade que está enferma e num sistema político de ditadura.

O registo da corrida de toiros no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial de Portugal é importante porque pode alertar algumas consciências para a importância da tauromaquia como arte e património nacional, numa sociedade cada vez mais anti-humanista e num Estado com características ditatoriais. A opinião é de Joaquim Grave, ganadeiro e veterinário, tendo sido também investigador da Estação Zootécnica Nacional no Vale de Santarém. O pedido de registo, que foi feito em Julho e está a ser avaliado, resulta de um trabalho científico desenvolvido por investigadores do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa.

Para o veterinário e proprietário da ganadaria Murteira Grave, a candidatura tem por base uma arte, não porque os aficionados o dizem, mas porque foi reconhecida por outros artistas, sublinhando que as touradas foram cantadas, pintadas e inspiração para esculturas ou poesia. Joaquim Grave sabe que há muitas forças de bloqueio, a começar pela ministra da Cultura que não reconhece a tauromaquia, mas isso acontece, sublinha, porque a sociedade está enferma e quem nos governa não presta, mas vai fazendo o que quer com um povo em modo amorfo.

Joaquim Grave diz que a sociedade não valoriza o património nacional como a tauromaquia porque há uma visão animalista que se está a tornar mais anti-humanista, “o que é grave”, considera. O ganadeiro diz que as pessoas hoje querem esconder a morte, o sangue, que são as coisas mais presentes na vida. O registo a ser aprovado pode funcionar como um travão, daqui por uns tempos, aos anti-taurinos, mas espera-se que no início quem é contra as touradas ganhe mais força para fazer alarido.

Considerando que pelo menos 30 por cento da população, mesmo que não vá aos espectáculos tauromáquicos, é a favor da tauromaquia como cultura, como arte nacional, Joaquim Grave espera que o registo no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial faça eco pelo menos na população, já que não tem qualquer esperança nas pessoas que governam. O veterinário diz mesmo que nunca esperou viver numa sociedade de ditadura, sublinhando que o Salazar ao pé dos políticos actuais era um menino. Com o mote na tauromaquia, diz que fica surpreendido com a passividade do povo, que já não é vítima e já passou de cúmplice a defensor de um sistema no qual os governantes nos “meteram a pata em cima e já não a tiram”.

Joaquim Grave diz que vivemos numa sociedade anti-humanista e num sistema de ditadura

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