A proposta de dois investidores nacionais que queriam retomar a actividade da IFM – Indústria de Fibras de Madeira, mais conhecida por Platex, que está insolvente desde Fevereiro de 2021, não foi aceite pelos credores. A notícia foi dada por Anabela Freitas (PS), presidente da Câmara de Tomar, na reunião do executivo, realizada a 2 de Agosto. A confirmar-se este desfecho, tudo indica que a Platex vai ter o mesmo destino da fábrica de papel Prado Karton: todo o recheio da empresa foi vendido uma vez que a comissão de credores, por não existirem propostas interessantes, concordou que a opção mais viável seria desmantelar a fábrica e vender separadamente.

Anabela Freitas garantiu que a Platex também já está a ser desmantelada, depois de Célia Bonet, vereadora do PSD no executivo, ter questionado se os investidores anunciados em Abril deste ano, também em reunião camarária, eram sucateiras.

A presidente da câmara esclareceu que os dois investidores eram de outras áreas de negócio e que tinham como principal objectivo retomar a actividade da empresa, a única do país a produzir um determinado tipo de placas de madeira, e, se possível, aumentar o número de postos de trabalho. A autarca referiu ainda que os empresários apresentaram um plano de revitalização para a Platex, que não foi aceite pelos credores.

Célia Bonet voltou a usar da palavra para demonstrar a sua perplexidade em relação ao facto de o executivo de maioria socialista não tentar saber, junto do administrador de insolvência, as razões para a assembleia de credores não aceitar a proposta e estar a deixar encerrar as grandes empresas do concelho ligadas à indústria.

Recorde-se que a Platex, localizada em Valbom, passou por períodos muito conturbados ao longo dos seus mais de 60 anos de história, tendo inclusivamente passado por outro processo de insolvência há cerca de uma década. A partir do momento em que os seus administradores foram incapazes de continuar a contornar os problemas financeiros da empresa, despediram mais de meia centena de trabalhadores em meio ano, acabando por fechar portas em Março de 2021. A empresa chegou a apresentar facturações de mais de 10 milhões de euros por ano e a ter mais de três centenas de funcionários.