O jardim do Centro Cultural Gil Vicente, no Sardoal, foi palco para mais de uma centena de pessoas assistirem à rodagem do filme “A felicidade das pequenas coisas”, de Daniele Luchetti. O vento não deu tréguas durante toda a sessão, mas ninguém arredou pé nem tirou os olhos da tela onde passava a história da morte de um pai que, ao chegar ao céu, é acompanhado por um anjo que lhe dá mais algum tempo de vida e o faz entender que a felicidade está nas pequenas coisas.

O MIRANTE acompanhou a iniciativa, que decorreu na quinta-feira, 5 de Agosto, e conversou com algumas pessoas antes do início da sessão. Cláudia e Maria, mãe e filha, não conseguiram esconder a satisfação por voltarem a sair juntas e passarem um bom momento ao ar livre. “Temos uma ligação muito forte e costumamos fazer programas que fortalecem os nossos laços. Participamos nesta iniciativa há vários anos e este regresso é uma lufada de ar fresco para os sardoalenses”, sublinha Cláudia.

Habituadas a aderir aos eventos organizados pelo município confessam estar ansiosas pelo regresso das caminhadas conjuntas na natureza e pelos trilhos do Sardoal. “Estamos com muita sede de sair à rua, de ver e estar com pessoas”, vinca.

Alunos filmam realidade local

Alguns minutos antes do filme começar O MIRANTE encontra uma comitiva composta por cerca de uma dezena de pessoas que se apressaram a sentar. No entanto, ainda houve tempo para Maria Manuela Grácio explicar as razões que a fizeram vir de Torres Novas com o pai, marido, irmãs e sobrinhos para participar na iniciativa. “Nasci e vivi parte da juventude no Sardoal, mas mudei-me há vários anos para Torres Novas por motivos profissionais. Estamos aqui principalmente para assistir à curta-metragem em que o meu pai é protagonista”, explica.

A película conta a história de Júlio Grácio na altura em que trabalhava numa farmácia e produzia medicamentos. Esta foi a primeira de quatro curtas-metragens realizadas por alunos do Agrupamento de Escolas do Sardoal, em parceria com a associação Clique e com o município, inseridas num projecto designado por “Diários de um interior”. As obras cinematográficas têm o objectivo de alertar a população para o envelhecimento e desertificação dos territórios do interior, sobretudo da região ribatejana.

As sessões de cinema vão decorrer todas as quintas-feiras do mês de Agosto, pelas 22h00. Os próximos filmes são “As Maravilhas de Montfermeil”, “Pop Eye” e, no dia 26, o filme “O meu burro, o meu amante e eu” que encerra a iniciativa. Embora as entradas sejam gratuitas é obrigatório levantar bilhete para controlar o número de pessoas na plateia.