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Ambientalistas insistem na urgência de acabar com o sobe e desce das águas do Tejo
O leito do rio apresenta-se muitas vezes com escassez de caudal e muita areia à mostra

Ambientalistas insistem na urgência de acabar com o sobe e desce das águas do Tejo

Organização ambientalista Zero alude às consequências negativas da enorme oscilação de caudais no rio.

A organização ambientalista Zero reclama com urgência uma melhor gestão dos rios internacionais, nomeadamente do Tejo, apontando caudais muito reduzidos no mês de Agosto, com grandes oscilações nas últimas semanas e, nalguns dias, abaixo do estipulado. O objectivo da organização ambientalista é que sejam definidos verdadeiros caudais ecológicos, que permitam a sobrevivência dos ecossistemas ribeirinhos e o seu suporte à economia local, conforme justificou em comunicado.

A Zero - Associação Sistema Terrestre Sustentável denunciou que “em Agosto, os caudais no rio Tejo têm-se mantido muito baixos, com elevadas oscilações ao longo dos dias, com impactes no ecossistema ribeirinho e consequências para a economia local”. O facto de, como realçou, isto acontecer apesar de os caudais cumprirem “os mínimos estipulados pelos acordos luso-espanhóis” só “vem demonstrar que os acordos vigentes estão mais do que ultrapassados e que novas regras são necessárias, até para incorporar os novos desafios que advêm das alterações climáticas”.

O texto da Zero assenta em dados do Sistema Nacional de Informação de Recursos Hídricos. O cumprimento daqueles mínimos, contudo, não esconde “uma grande oscilação ao longo dos dias de uma mesma semana, com caudais muitíssimo reduzidos num dia e bastante mais abundantes no dia seguinte mostrando claramente que a única preocupação é o cumprimento do total semanal estabelecido na Convenção de Albufeira”, considerou a Zero.

Depois de apontar as consequências negativas da “enorme oscilação de caudais entre diferentes dias” na vegetação ripícola e na reprodução de diversas espécies de peixe, a ZERO considerou “evidente” que esta variação “reflecte as oscilações de caudal transferido de Espanha e que têm sido função da gestão de produção eléctrica pelo país vizinho e não de necessidades ambientais e de uma adequada gestão da água”.

Por outro lado, a Zero rejeita que a solução passe por mais barragens do lado de Portugal. Como argumentou no seu comunicado, “o aproveitamento hidráulico de fins múltiplos do Crato (Barragem do Pisão) não pode ser a resposta (…) vai constituir-se como factor de intensificação da agricultura, retirar caudal ao Tejo, gerar ainda mais pressão sobre o recurso água, incentivar a exploração de mão-de-obra com baixos salários e a precariedade, e vai inundar uma localidade com 60 habitantes”.

Ao contrário, “a solução reside a montante, nos caudais afluentes de Espanha”, os quais, apontaram, “continuando a ser diminutos colocam em causa qualquer viabilidade de novas barragens”.

Ambientalistas insistem na urgência de acabar com o sobe e desce das águas do Tejo

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