Carla Cunha está a ver o apartamento onde vive e que remodelou com as suas poupanças a degradar-se devido às infiltrações de água com origem no andar de cima. A casa onde vive com os dois filhos fica no rés-do-chão de um prédio onde as fracções são propriedade da Câmara de Vila Franca de Xira, no bairro social de Povos.
Segundo conta a O MIRANTE, o problema começou a revelar-se em Março quando a tinta das paredes dos quartos começou a cair dando lugar a manchas provocadas pela humidade. Na casa-de-banho os pingos caem agora directamente do tecto para dois recipientes que a moradora colocou em cima de uma estante para remediar a situação, porque a água escorria pela lâmpada abaixo, pondo em risco a instalação eléctrica. “Temos receio que possa arder tudo a qualquer momento e que o prédio vá pelos ares”, desabafa.
A inquilina diz que anda há meio ano a queixar-se à Câmara de Vila Franca de Xira, que não demonstrou interesse em resolver o problema. “Quando me entregaram esta casa toda destruída arranjei-a com o meu dinheiro para agora a ter neste estado?”, questiona Carla Cunha revoltada por ter a apodrecer os móveis que ficam encostados às paredes afectadas.
Ao que tudo indica, as infiltrações têm origem numa fissura na banheira da casa de banho do andar de cima. “Não podemos arranjar a nossa casa se vai ficar igual dali a uns dias porque o problema vem de outra casa e ninguém quer saber”, diz a filha, Bruna Silva, que já teve de trocar de quarto com o irmão, de 11 anos, que tem problemas respiratórios. “Há dias em que não se pode com o mau cheiro da humidade”, reforça.
Contactada por O MIRANTE, a Câmara de Vila Franca de Xira disse que os serviços municipais da área da habitação social têm vindo a acompanhar a situação e que já se procedeu à contratação dos trabalhos a realizar na habitação. A reparação, adiantam, deverá decorrer durante o mês de Setembro.