Sociedade | 03-12-2004 10:42

Imigrantes concentram-se em Alverca

Dois terços dos imigrantes do concelho de Vila Franca de Xira, onde predomina a comunidade africana, concentram-se na freguesia de Alverca do Ribatejo, seguindo- se Vialonga, Póvoa de Santa Iria, Forte da Casa e Vila Franca de Xira.A maior parte dos imigrantes são oriundos dos PALOP (27 por cento de cabo-verdianos, 23 por cento de angolanos e 13 por cento de guineenses), seguindo-se os brasileiros (12 por cento) e os cidadãos do Leste (7 por cento), revela um estudo de caracterização das comunidades imigrantes do concelho de Vila Franca que vai ser apresentado esta tardeDe acordo com os Censos 2001, residiam em Vila Franca de Xira 4.321 cidadãos estrangeiros, dos quais 3.044 africanos, 565 brasileiros, 559 europeus (322 dos quais de países não pertencentes à União Europeia) e 718 de outras nacionalidades, face a uma população portuguesa de 117.396 habitantes.A comunidade africana domina em Vialonga (mais de 80 por cento da população estrangeira residente), Alverca (67 por cento de estrangeiros oriundos dos PALOP), Sobralinho (51 por cento de cabo- verdianos e 23 por cento de angolanos) e Póvoa de Santa Iria (31 por cento de cabo-verdianos e 22 por cento de angolanos), enquanto na Calhandriz os guineenses atingem 40 por cento.A comunidade brasileira opta sobretudo por freguesias mais rurais e com uma localização interior como Cachoeiras e São João dos Montes (cerca de 27 por cento) ou por "antecâmaras de pleno desenvolvimento industrial e urbano", incluindo a Castanheira do Ribatejo (43 por cento) e Vila Franca de Xira (30 por cento).Os imigrantes de países da Europa Central e de Leste dão primazia às freguesias de Cachoeiras (com 50 por cento de recenseados destas nacionalidades), São João dos Montes (19 por cento), Castanheira do Ribatejo (17 por cento) e Vila Franca de Xira (11 por cento).A população estrangeira residente no concelho é maioritariamente masculina e canalizada para os sectores da construção e indústria, adiantam ainda os autores do documento, elaborado pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento."O grosso dos contratos de trabalho vincula os trabalhadores estrangeiros a termo certo, canalizando-os sobretudo para os regimes de subcontratação que imperam na construção civil e na prestação de serviços às empresas", assinala o estudo.Além destes sectores, os sul-americanos e asiáticos são também encaminhados para as indústrias de hotelaria e restauração e para o sector de comércio a retalho.As comunidades de Leste são as que têm mais contratos de trabalho, enquanto os africanos apenas atingem 10 por cento dos vínculos contratuais, devido à sua reduzida expressão nos actuais fluxos imigratórios e à aquisição gradual de estatuto de residente no país nas décadas anteriores.A nível de desemprego, um quarto dos estrangeiros registados no centro de emprego de Vila Franca de Xira são brasileiros, seguindo-se os angolanos, cabo-verdianos e guineenses (cerca de 15 por cento).Face ao recenseamento anterior (1991), os Censos 2001 revelaram um aumento de 93,1 por cento no saldo de população estrangeira em Portugal, com um aumento pronunciado no número de brasileiros (135,9 por cento) e do fluxo de asiáticos (243 por cento).O concelho de Vila Franca de Xira, com onze freguesias é o município do distrito de Lisboa que apresenta níveis de dispersão e de densidade mais reduzidos e o que registou maior aumento demográfico entre os dois censos: o acréscimo de portugueses foi de 15,3 por cento e o número de estrangeiros cresceu 139,1 por cento.O estudo, coordenado por Fernando Marques da Costa, foi desenvolvido no âmbito do projecto EQUAL (Igualdade e Cidadania), em curso na câmara de Vila Franca de Xira.O trabalho de campo teve início em Dezembro de 2003

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