Sociedade | 25-02-2005 10:39

Experiência com avião para fazer chuva foi encorajadora

Os compostos químicos lançados por um avião da Força Aérea na quarta-feira em várias zonas do país para fazer chover provocaram "pequenas quantidades de precipitação", segundo os cientistas responsáveis pela experiência, cujo resultado consideram um "sucesso encorajador".

Os compostos químicos lançados por um avião da Força Aérea na quarta-feira em várias zonas do país para fazer chover provocaram "pequenas quantidades de precipitação", segundo os cientistas responsáveis pela experiência, cujo resultado consideram um "sucesso encorajador".A conclusão está no relatório preliminar da experiência de Física de Nuvens e Precipitação Provocada enviado à Agência Lusa pelo director científico do projecto, João Corte-Real.O avião C-130 da Força Aérea Portuguesa (FAP) largou um conjunto de compostos químicos entre as 15:00 e as 17:00 de quarta-feira nas zonas do Montijo, Mora, Figueira da Foz, Santarém e Cartaxo.A experiência, anteriormente realizada em Portugal por duas vezes, consistiu na inseminação de nuvens estratiformes por cristais de cloreto de cálcio e de nuvens cumuliformes por cristais de iodeto de prata, estes últimos injectados no topo das nuvens, região em que a temperatura era inferior a zero graus Celsius.De acordo com o relatório preliminar, verificou-se a ocorrência de "pequenas quantidades de precipitação nalguns dos pontos da trajectória seguida pelo avião da FAP, tendo a precipitação sido nula em regiões vizinhas, sujeitas às mesmas condições sinópticas".Embora associe esta queda de chuva à experiência, o cientista ressalva que as conclusões definitivas só poderão ser retiradas de uma análise que está a ser feita em colaboração com o radar meteorológico do Instituto de Meteorologia.João Corte-Real considera que "dada a dificuldade do problema em estudo, experiências deste tipo deverão ser repetidas para garantir a robustez das conclusões".A propósito dos elevados custos da utilização dos aviões para estas experiências, outro cientista ligado ao projecto, Joaquim Ortigão, comentou, em declarações à Lusa, que "quando feitas de forma mais consistente, os resultados fazem baixar os custos, e acabam por compensar ainda mais".Segundo o Instituto de Meteorologia, o passado mês de Janeiro foi o mais seco dos últimos cem anos nalgumas regiões do país, e já mereceu a classificação de "seca extrema".A falta de chuva em Portugal - que tem afectado a produção agrícola e provocado a morte de animais nas zonas rurais - está a deixar igualmente as albufeiras portuguesas com um défice de armazenamento de água preocupante.

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