Sociedade | 05-03-2005 20:14

Faleceu jornalista e homem da rádio Matos Maia

O jornalista, apresentador e realizador de rádio José Matos Maia faleceu sexta-feira aos 73 anos, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, vítima de doença prolongada, disse à lusa fonte familiar.

O corpo de Matos Maia, falecido sexta-feira cerca das 19:00, seguirá hoje à tarde para a Igreja de São Mamede, em Lisboa.O funeral deverá decorrer domingo de manhã, estando a hora exacta e o local ainda por definir, disse à lusa a mesma fonte.Matos Maia começou a sua carreira radiofónica quando tinha 18 anos, aos microfones do extinto Rádio Peninsular, em Lisboa, onde fazia parceria com o também já falecido apresentador de rádio e televisão e actor Henrique Mendes.Colaborou então como produtor e realizador em todas as emissoras da grande Lisboa: Rádio Peninsular, Voz de Lisboa, Rádio Graça, Clube Radiofónico de Portugal e Rádio Restauração.Em 1956 foi colaborar com a Rádio Renascença, onde voltou a ser colega de Henrique Mendes e onde se manteve até 1960, altura em que passou a integrar os quadros do antigo Rádio Clube Português.Ainda na emissora católica, em 1958, realizou "A Invasão dos Marcianos", emissão baseada no romance de Herbert George Wells "A Guerra dos Mundos" e interrompida pela PSP, que levou Matos Maia para o Governo Civil, onde esteve preso três horas antes de ser interrogado pela ex-PIDE.Já no Rádio Clube Português foi coordenador geral da estação e realizou programas como "Quando o telefone toca", "Bossa Nova", "Lisboa e o Tejo", "No mundo aconteceu", "Bom dia manhã" e "Hoje convidamos".Adaptou, dirigiu e realizou folhetins para a rádio a partir de "A queda de um anjo", de Camilo Castelo Branco, "Quando os lobos uivam", de Aquilino Ribeiro, "As cidades e as Serras", de Eça de Queirós, e "Mau tempo no Canal", de Vitorino Nemésio, entre outros.Dirigiu ainda dois dos canais da RDP e participou na construção da Rádio Comercial.Foi ainda director da Sociedade Portuguesa de Autores e autor de livros sobre o mundo radiofónico, entre os quais "Aqui, emissora da liberdade", sobre a ocupação do antigo Rádio Clube Português pelos militares e a sua transformação em posto de comando do Movimento das Forças Armadas, a 25 Abril de 1974.

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