Sociedade | 31-03-2005 11:14

Vila Franca quer TGV longe das casas

Os autarcas de Vila Franca de Xira insistem na proposta de enterramento da linha férrea no troço que atravessa a cidade. Uma moção da câmara exige também o afastamento da linha do TGV dos núcleos urbanos. Os eleitos do município de Vila Franca de Xira querem afastar a linha do comboio de alta velocidade (TGV) das casas e insistem na defesa do enterramento do troço da via ferroviária que atravessa a cidade da sede do concelho. A Câmara de Vila Franca de Xira aprovou uma moção onde exige ser ouvida no processo de escolha da melhor solução e recusa aceitar “qualquer facto consumado”.Na missiva proposta pelo vereador do PSD, Rui Rei e aprovada por unanimidade, a autarquia defende que a quadruplicação da Linha do Norte entre Alhandra e Vila Franca deve ser considerada de prioridade máxima.“O TGV não poderá passar pelo interior de Vila Franca. Tem que passar longe”, referiu o autarca social-democrata. Já em relação à intervenção na linha do Norte, Rui Rei defende que os comboios regionais e sub-regionais não podem ficar demasiado longe das pessoas.Alves Machado (CDU) vincou a importância de preservar os acessos à zona ribeirinha do concelho. O autarca comunista disse temer reflexos negativos da passagem do comboio de alta velocidade no concelho e lembrou que o TGV não vai parar nas estações do município. “Não tem mais-valias para a população do concelho e constitui mais uma servidão, a juntar às muitas que o concelho já tem”, disse.A empresa que está a fazer estudos para o traçado do TGV nesta área, a Consulgal, previu inicialmente um corredor de reserva de 500 metros de largura que atravessaria toda a parte ocidental do concelho que inclui as freguesias de Vialonga, Calhandriz, São João dos Montes e Vialonga. Esta última foi a que reagiu de imediato com várias reuniões e protestos dos munícipes que vivem nas zonas onde estava prevista a passagem do corredor.A câmara rejeitou esta solução que a presidente considerou “absurda” porque afectaria núcleos urbanos e áreas de reserva agrícola e ecológica. No momento seguinte, o anterior ministro das Obras Públicas, António Mexia avançou com uma alternativa que previa a passagem do TGV pela actual Linha do Norte entre Lisboa e o Carregado. Uma proposta que a câmara também recusou. A autarquia opõe-se à passagem do TGV pelo interior dos núcleos urbanos de Vila Franca, Alhandra, Alverca e Póvoa de Santa Iria.“A Refer já reconheceu que não tem condições para tomar uma decisão sobre a travessia ferroviária de Vila Franca, dados os elevados custos financeiros das opções estudadas e anunciou que vai ser estudado um novo percurso para o TGV, a poente do anterior”, disse a presidente de câmara.Quanto à quadriplicação da linha do Norte, o processo vive numa situação de impasse há mais de dez anos na ligação entre Alhandra e Vila Franca. O corredor disponível não permite o alargamento da via. A empresa que gere a rede ferroviária (Refer) tem considerado Vila Franca como um local de difíceis soluções.

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