Sociedade | 17-03-2006 07:43

Bombeiros reclamam treino com fogo real

Faltam instalações onde os jovens bombeiros possam praticar o combate ao fogo em situação real. O alerta foi deixado pelo Comandante dos Bombeiros Voluntários de Azambuja, Pedro Cardoso.O responsável falava durante o debate do seminário técnico sobre incêndios urbanos e industriais, organizado pela Juvebombeiro, no sábado à tarde, que reuniu centenas de jovens operacionais no Centro Social e Paroquial de Azambuja.Pedro Cardoso lembra que os Bombeiros de Azambuja, tal como a corporação de Alcoentre, têm a possibilidade de testar anualmente as capacidades em situação real em Sines, no âmbito de um protocolo com a empresa de combustíveis CLC, em Aveiras de Cima, mas salienta que a maior parte dos jovens operacionais não tem acesso a esse tipo de treino.O operacional considera que as estruturas específicas para o treino de combate a incêndios, como é o caso do Laboratório Móvel de Fogo, deveriam correr o país e ser colocadas à disposição dos corpos de bombeiros durante todo o ano. “A formação teórica conseguimos fazê-la na sala de aula, mas a prática não. Não temos instalações próprias para fazer calor. Apenas utilizamos uma máquina de fumos. Mas as capacidades do bombeiro não são realmente testadas. Isso acontece nos fogos reais onde infelizmente alguns morrem”, ilustra.Pedro Cardoso recorda que fez o treino quando iniciou a carreira nos bombeiros e garante que se sentiu muito mais preparado para o combate no terreno. “É importante que os bombeiros fiquem a saber o que é o fogo real. É preciso que sintam o calor e o cheiro do fumo até para saber onde podem ir”, afirma o operacional da corporação.O comandante de Azambuja está convicto de que a intensificação da preparação prática é essencial para evitar que os bombeiros se transformem naquelas personagens heróicas das quais já “só reza a história”.Pedro Cardoso considera que a vinda de centenas de jovens bombeiros a Azambuja para participar no seminário técnico prova que a juventude está “ávida de formação”.O técnico de formação da Escola Nacional de Bombeiros (ENB), António Matos Guerra, lembra que o Laboratório Móvel de Fogo – um atrelado onde é possível realizar fogo real e efectuar busca e salvamento – não é propriedade dos bombeiros, mas sim do Porto de Aveiro.O responsável lembra no entanto que já foi firmado um protocolo entre a ENB e o Porto de Aveiro para a utilização do Laboratório que poderá circular pelo país para ministrar formação aos soldados da paz. Matos Guerra sublinha que é difícil garantir as condições para permitir o treino dos bombeiros em situação de fogo real, não só pela exigência dos equipamentos e formação, mas também pelas questões ambientais. Ana Santiago

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