Sociedade | 18-05-2006 09:24

Vereador nega despejo de ossadas nas barreiras de Santarém

O vereador do PS da Câmara de Santarém, Manuel Afonso, confirmou à agência Lusa que a autarquia abriu no mandato anterior um acesso ao cemitério, mas negou que fosse utilizado com sua autorização para fazer despejos de ossadas de corpos exumados.Na tarde de quarta-feira, o presidente da Câmara de Santarém, Francisco Moita Flores (PSD), revelou aquilo que classificou como um "espectáculo macabro" com dezenas de ossadas e restos de roupas dos corpos junto à encosta onde assenta o cemitério."Aquilo que foi feito foi um acesso no muro por onde as máquinas foram ao cemitério despejar saibro junto às campas", explicou hoje Manuel Afonso, que disse desconhecer que os funcionários fizessem algum tipo de despejo de ossadas de cadáveres nas encostas.O caso foi detectado depois dos serviços camarários terem ido ao local para tapar um buraco de grandes dimensões junto à encosta por onde "os cães costumavam entrar dentro do cemitério".Na época, Manuel Afonso (que era o vereador com este pelouro) chamou os "serviços técnicos para colocarem carradas de brita e saibro nos arruamentos das campas" porque durante o Inverno as pessoas tinham dificuldade em circular.Agora, perante a suspeita que seria por aquele local que foram retiradas ossadas de cadáveres exumados do cemitério, Manuel Afonso nega ter autorizado despejo de ossadas."Quanto a isso só posso lamentar essa situação", afirmou o vereador, que disse ainda não ter muitas informações sobre o caso.Por seu turno, Moita Flores considerou que os corpos foram abandonados "por alguém" que não os quis acondicionar devidamente depois de terem sido exumados."As pessoas mesmo depois de mortas têm dignidade e os corpos não podem ser assim tratados", afirmou o autarca, que não aceita desculpar esta acção com a eventual falta de espaço do cemitério."Uma coisa não pode ter nada a ver com a outra", afirmou Moita Flores, que diz já ter aberto processos disciplinares aos funcionários deste sector.Por seu turno, a PSP também já tomou conta do caso, através da brigada de investigação criminal, e nesta quinta-feira deverá ir ao local o Instituto de Medicina Legal.

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